Cristina Esteche, com Ediane Battistuz
Em Guarapuava o lodo que resulta do tratamento do esgoto doméstico se transforma em adubo orgânico em propriedades rurais. Conhecido como biossólido, o subproduto do tratamento do esgoto doméstico, há décadas é usado na agricultura em países como Brasil, Estados Unidos, Canadá, França e Austrália.
Desde 2002 a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) destina o lodo para uso agrícola no Paraná. De acordo com a Assessoria de Imprensa da Sanepar, entre 2011 até 2013 foram enviadas cerca de 107 mil toneladas do produto para 104 agricultores, de 41 municípios paranaenses.
A produção das 12 estações da região de Guarapuava é encaminhada para uma das cinco unidades de gerenciamento de lodo (UGLs).
O processo de transformação do lodo em adubo agrícola é complexo. A legislação não permite que seja retirado das estações de tratamento e aplicado diretamente no solo. Inicialmente, o lodo precisa ser desaguado, para redução do volume, e higienizado com a adição cal, numa mistura entre 30% e 50%. Em seguida é estabilizado e armazenado, em lotes, pelo prazo médio de seis meses.
“Esse período é estabelecido para seguir o calendário de plantio da nossa região e para atender a necessidade dos agricultores pré-cadastrados”, explica o engenheiro agrônomo da Sanepar, Luciano Marcos Antônio.
A legislação determina, também, que sejam feitas análises químicas, sanitárias e de potencial agronômico, para atestar a qualidade do produto. Estas análises são feitas em laboratórios contratados pela Sanepar, que é responsável pelo transporte e distribuição do lodo. A Companhia, além de dar destino ambientalmente correto para o lodo, beneficia os agricultores com um produto rico em minerais, sem custo. A única despesa do agricultor é com a incorporação do lodo no solo. Em Guarapuava, é distribuído duas vezes por ano. Em 2015, a primeira entrega foi feita em maio.