Cristina Esteche, com foto de Terra de Direito
A história dos quilombolas da Invernada Paiol de Telha remonta séculos. Em 1860, a fazendeira, dona Balbina Francisca de Siqueira deixou em testamento a antiga Fazenda Capão, em Guarapuava, para 11 ex-escravos como indenização por trabalhos prestados. Deste grupo de ex-escravos, apenas cinco constituíram família.
Durante quase 100 anos ali viveram seus descendentes até a década de 70, quando foi iniciado um processo de grilagem através de pistoleiros, coordenado pelo então delegado de polícia da Comarca. Os descendentes dos ex-escravos foram expulsos da terra, mediante coação policial.
Com o tempo, a partir da organização da Associação Eleodoro, em homenagem a um dos ex-escravos, parte das mais de 390 famílias quilombolas passaram a viver me barracos de lona preta às margens da rodovia PR 459, em frente à área, que está sob a posse da Cooperativa Agrária e de seus cooperados. Outra parte das famílias residem nas periferias de Guarapuava e Pinhão e algumas famílias dos herdeiros vivem atualmente em um Projeto de Assentamento do Instituo Nacional de Colonização e Refoirma Agrária (Incra), na Colônia Socorro, no distrito de Entre Rios.
O grupo tentava reaver suas terras através do processo de titulação de áreas remanescentes de quilombos.