22/08/2023

Adoro ser colorida!

Os Estados Unidos aprovou a união entre pessoas do mesmo sexo. O Facebook, uma das redes sociais de maior influência na Internet comemorou a conquista criando um aplicativo que colore fotos de quem aprova a decisão da Corte Americana. Enquanto isso, em Guarapuava, em “nome da família”, decisão conservadora de lideranças políticas foram contra termos que tratam de “igualdade”, gênero, previstos no Plano Municipal de Educação. Antes, representantes de grupos cristãos, entraram em ação.

O protagonismo coube às estratégias presentes sobretudo na meta 3 do PME, que trata de temas como educação sexual nas escolas e diretrizes relacionadas à igualdade de gêneros, e combate ao preconceito contra diferentes identidades e orientações sexuais.

A resistência a temas relacionados aos direitos das mulheres, das comunidades quilombolas e  LGBTT, então, nem se fale. Falar de pessoas iguais que se amam parece ser pecado mortal, como prega o cristianismo.

Como essa realidade não atingisse Guarapuava; como se negros, quilombolas, e outras minorias, não existissem no município. Como se essa pessoas não fossem cidadãos; como se a escola fosse uma redoma, isenta da convivência entre meninos meninas, hetero e homossexuais, brancos, amarelos, negros, brancos, amarelos., ricos e pobres. Como se violência contra a mulher (gênero) não tenha vítimas diárias em Guarapuava, que bate, que machuca, que mata. Essa violência, sim, destroi famílias.

A falta de conhecimento que se apega à palavras, tira o direito de pessoas e me acho no direito, sim, de dizer que Jesus Cristo pregou a igualdade, o amor ao próximo como se fosse si mesmo. Não é isso que o cristianismo prega?

E aí me surge uma questão: sera que é falta de conhecimento ou tentar se utilizer de outro tema que está em debate, que é a ideologia de gênero, que vem sendo utilizado por  grupos religiosos, cujos seguidores afirmam que essa ideologia visa a educar crianças de forma a serem assexuadas para que decidam apenas quando maiores qual será sua identidade de gênero ou orientação sexual. A “ideologia de gênero” seria, ainda, responsável pela destruição das famílias.

Isso é uma distorção que tem como objetivo confundir a cabeça da sociedade e que, quero crer, “deu um nó” na cabeça de muitos, inclusive de 20 dos 21 vereadores.

Entendo que a escola é um espaço privilegiado para educar as crianças a respeito dos temas relacionados à igualdade de gêneros e à diversidade sexual. É importante manter a formação sobre esses temas para que meninos e meninas cresçam com visão de igualdade entre homens e mulheres, o que ajudaria a evitar que eles sejam futuros agressores e que elas se submetam a situações de violênci. Isso se chama prevenção, educação.

Acredito que a  educação deve ser livre, aberta, construir valores emancipatórios e democráticos. A escola não existe para linear e reproduzir violência e preconceito. Para que no futuro, a relação homem e mulher, homo e hetero; as diferenças étnicas e sociais sejam de respeito, de igualdade.

Para que a democracia impere, sim, nas decisões nos legislativas, mas que sejam debatidas com conhecimento de causa, com participação efetiva na construção das decisões que inteferem diretamente na vida da população.

Em nome da preservação das famílias, dentro da minha visão, lamento a maioria da Câmara de Guarapuava perdeu uma das únicas oportunidades que teve neste mandato de legislar realmente em prol da população. Nessa onda de polêmica, muita coisa importante no Plano Municipal de Educação “passou batido”. 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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