22/08/2023

NÃO JOGUE NO AMOR!

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Ao longo da vida, desde que nascemos, vamos perdendo a pureza e a autenticidade. Começa com os nãos, depois vêm os tabus, a etiqueta da convivência social e o desenvolvimento de tantas personas, até que chega o dia em que nos perdemos de nós.

A matrix nos diz: é errado dizer a verdade, é proibido falar o que pensa, é fraqueza manifestar as emoções. E nossos esteriótipos, membros compulsórios da matrix, submetem-se a esse manual de regras na pior manifestação da normose doentia.

A gente começa a levar uma vida carregada de encenações, onde surgem perigosos jogos de poder e sedução. Criamos defesas, couraças, armaduras e também fantasias e máscaras que trocamos de acordo com a conveniência.

E eis que tudo se transforma em marketing, em estratégia, em falsa identidade. Nossas relações vão perdendo o potencial orgânico, baseado na verdade e na lucidez, nas conexões espontâneas que deveriam existir entre os seres. Acobertamos nossos sentimentos para não nos machucar, jogamos e jogamos, com gestos, palavras, imagens… somos peças se mexendo no tabuleiro da matrix. Que triste!

Resta a quem resiste o quanto pode, buscar redutos de pessoas com semelhante angústia e, com elas, tentar viver suas verdades, mesmo que de forma limitada, em retiros, eventos, momentos apenas.

 Eu não sou especialista. É apenas uma interpretação do que vejo  e sinto. Acho lamentável desaprendermos e abrirmos mão de nós mesmos. Ainda mais no amor. Não se deve jogar no amor!

O amor deveria ser um desses oásis da verdade, um reduto de convivência onde os jogos e as personas não pudessem entrar, porque é muito difícil acreditar numa relação forjada nos estereótipos e não nos Eus. Se pudéssemos ser verdadeiros nas relações seríamos mais felizes e haveriam menos separações, eu acredito nisso. Se fôssemos íntegros e transparentes em nossas conexões amorosas, a entrega seria mais segura  e profunda e haveriam tão menos decepções.  Nosso companheiro nos amaria e  não à imagem projetada de nós. Haveria um encontro de almas, uma escolha de fato, um longo aposto para Ser sem medo, a dois!

Portanto, eu digo não aos jogos no amor. Quero poder estar desarmada e, assim como sou, eterna aprendiz, mostrar meus medos, transbordar minhas emoções, dizer a verdade que trago comigo, mudar de opinião e, assim mesmo, ser muito, muito amada!

 

 

 

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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