A realidade como ela é!

A incidência de infrações cometidas por crianças e adolescentes cresce a cada dia também em Guarapuava e agrava ainda mais um problema social que reside, principalmente, nas periferias.

Me chamou a atenção o despreendimento do fotografo Taciano Pereira que desvia o seu olhar para um foco da população que deveria ser tratado prioritariamente pelas autoridades competentes. Ele destina parte do seu tempo fotografando a miséria. É como se fosse um grito calado perante uma sociedade surda, dia e noite. Não tem como ficar omisso perante a imagem de uma criança descalça, com o frio do corpo estampado nas pernas arrepiadas, barrigudinha e ranhenta, mas que ao erguer a camisa tosca mostra um revólver guardado na cintura. É esse o futuro que estamos gerando e como qual já nos deparamos no presente nos registros policiais diários que divulgamos. Ainda nesta semana noticiamos duas crianças, 12 e 13 anos, e um adolescente, 14 anos, envolvidos em furto utilizando revólveres de brinquedos. Está sendo comum, também, meninas assaltarem meninas. É como se fosse uma Guarapuava que a própria Guarapuava desconhece.

Sou defensora da implantação de um centro de ressocialização para esse público – já perdemos para Laranjeiras do Sul, num passado não tão distante. Mas defendo muito mais políticas públicas comprometidas com esse público. De nada adiante ter um projeto exemplar que é interrompido por anos para retornar depois que o trabalho foi desmontado, para recomeçar do zero.  Só citando um exemplo. Não adianta quere impor uma atividade que nada tem a ver com a realidade das crianças  e adolescentes. É preciso também criar oportunidades de emprego. É preciso muito mais. É preciso estar comprometido com a causa, sob o risco de nossas crianças e adolescentes se transformarem em manchetes que sangram os noticiários policiais.