22/08/2023

Millonários em festa

Sabe aquele título inesquecível de seu time, aquela conquista perfeita diante de grandes rivais ou com jogos espetaculares, dramáticos e emocionantes. Aquele campeonato com uma história tão boa e interessante que nem os melhores roteiristas de Hollywood poderiam escrever tamanha obra-prima?

Pois então, um desses roteiros hollywoodianos ganhou vida na última quarta-feira (05) no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.  O River Plate venceu o Tigres por 3 a 0 e conquistou pela terceira vez a Copa Libertadores da América.

É bem verdade que o jogo final não foi lá uma grande emoção, já que o Tigres não conseguiu ter uma boa apresentação e o River, ainda que não tenha conseguido finalizar muito, controlou boa parte do jogo. No fim do primeiro tempo, quando a falta do gol poderia causar uma preocupação maior ao time da casa , Alário marcou o primeiro e trouxe tranquilidade para a torcida millonária. No segundo tempo Sanchez e  Funes Mori fecharam o placar e garantiram o título.

A história do título, contudo, começou muito antes em 2012 quando o River se preparou para jogas a segunda divisão do Campeonato Argentino. A reestruturação após o primeiro rebaixamento de sua história rendeu não apenas uma boa campanha dos Millionários na segunda divisão, mas também um projeto para recolocar o time entre os grandes da América.

O projeto ganhou força com a chegada do técnico Marcelo Gallardo, ex-jogador do clube e que chegou bem credenciado após uma boa passagem a frente do Nacional- URU. A parceria deu certo e em pouco mais de um ano no clube Gallardo conquistou o Campeonato Argentino (2014) a Copa Sul-Americana (2014) a Recopa Sul-Americana (2015) e por fim a Libertadores da América.

A trajetória na Libertadores, porém, não começou muito bem. Na primeira fase o clube argentino não havia conseguido nenhuma vitória, apenas quatro empates (sendo que dois deles foram com o Tigres, adversário da final) e corria o grande risco de não se classificar para as oitavas de final. No jogo decisivo os argentinos tinham que vencer o San José e torcer para que o Tigres, com o time reserva, vencesse o Juan Aurich no Peri. O improvável aconteceu e o River venceu e contou com uma vitória emocionante do Tigres por 5×4 para se classificar.

Classificado como o pior segundo colocado o River teve que encarar logo seu maior rival nas oitavas de final, o Boca Juniors. No primeiro jogo uma vitória em casa, no segundo uma bomba plantada nos vestiários do River por torcedores xeneizes fez com que a partida fosse interrompida e acabou com a eliminação sumária do Boca.

Nas quartas, diante do Cruzeiro, o River começou mal e foi surpreendido dentro de casa, perdendo de 1 a 0. Na volta, quando todos pensavam que o Cruzeiro iria manter a vantagem, o River surpreendeu e goleou a Raposa por 3 a 0 em pleno Mineirão.

Antes da grande final os argentinos ainda tiveram que passar pelo Guarani- PY, azarão que tinha eliminado clubes muito mais fortes como Corinthians e Racing. Ao fim de duas partidas duríssimas o River se classificou para a grandiosa final, que por ironia do destino foi com o mesmo Tigres que outrora havia lhe salvado e ajudado a se classificar na primeira fase.

É  ou não é uma daquelas histórias para ninguém botar defeito?

O melhor é que esta história ainda pode melhorar, afinal o River está classificado para o Mundial de Clubes onde provavelmente enfrentará o Barcelona. Já pensou onde isso pode dar?

Cristina Esteche

Jornalista

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