22/08/2023
Cotidiano

O pai de ontem e o pai de hoje; uma reflexão

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Lizi Dalenogari, da Redação

Os pais dos nossos dias são bem diferentes dos pais de antigamente. Se bem que a nível biológico as coisas não se tenham alterado, a verdade é que a nível comportamental e de envolvimento com os filhos, podemos dizer que mudaram radicalmente e… para melhor.

Para melhor… para todos. Hoje os filhos participam mais de atividades com seus pais, convivendo de forma mais intensa e aprendendo com um pouco mais de liberdade. E os pais atuais se dedicam de forma mais próxima e estreita com seus filhos, resultando em uma relação afetiva mais significativa, não mais verdadeira ou com mais amor. O afeto é o mesmo, porém demonstrado de forma mais espontânea na atualidade.

Não faz muito tempo, ser pai era sinônimo de trabalho. Era o homem da casa que trabalhava e adquiria o sustento da família, enquanto que a mãe, tradicionalmente dona de casa, tratava dos filhos. Era igualmente sinônimo de autoridade, “Deixa. Quando o teu pai chegar a casa, vai ver só”, era uma frase que muitos de nós ouvimos enquanto crianças. Como se a mãe não fosse capaz de dar conta do assunto e, tardiamente o pai, autoritário, mandão e muitas vezes sem devido conhecimento de causa, chegava e resolvia, impondo castigos ou uns bons tapas.

Os tempos foram mudando e o pai, homem trabalhador, aproximou-se mais dos filhos. Muitos se envolvem em tarefas mais precocemente e muitos até já “engravidam”. Estamos grávidos, é hoje uma expressão frequente. Partilhar a gravidez com as naturais preocupações, precauções, cuidados e preparos torna o pai mais presente na vida dos filhos, mas também mais presente na vida das companheiras.

Os pais já cantam canções de embalar, preparam as mamadeiras, já vão sozinhos com os filhos ao pediatra, já trocam fraldas e preparam papinhas, sopas e mochilas. Levam os filhos à escola, são encarregados de educação e compram inclusive aquele vestidinho ou a camisola que fazia falta, surpreendendo as suas companheiras.

A tarefa parental já em si mesmo não é fácil! Sendo idealmente mais facilitada quando existe uma partilha de responsabilidades e apoio mútuo no que à educação dos filhos diz respeito a ambos. O pai está hoje mais presente do que nunca na vida cotidiana dos filhos, ainda bem.

É na família que a criança experiencia o amor incondicional, na medida em que é no seio desta que ela é acolhida e amada sem condições prévias. É na família e através dos seus valores, orientações e critérios de conduta, que a criança define o seu próprio projeto e dá significado à sua existência.

Com o envolvimento parental mais presente, cria-se um ambiente familiar sadio que será naturalmente potenciador de um crescimento saudável, que ajuda a criança a desenvolver competências de relação intra e interpessoal. que a ajudarão a enfrentar os desafios do crescimento.

Quando falamos em relações familiares saudáveis, falamos de um lugar de emoções, de um espaço onde têm lugar amores e desamores, entendimentos e desentendimentos,  frustrações e  alegrias. A presença do pai não só contribui para um enriquecimento das relações familiares, mas chega ao enriquecimento do próprio enquanto pessoa, participativa e integrada.

A qualidade das relações familiares têm grande influência no crescimento das crianças. Se a criança vive com diálogo, respeito, tolerância, encorajamento, aceitação, reconhecimento, honestidade, justiça, segurança e amizade, aprende a ouvir, a respeitar, ser paciente, gostar de si, ter objetivos, a confiar no que a rodeia e a viver segura, arriscando ser feliz.

Outro aspecto importante do pai atual prende-se com a forma como o pai encara o estar com o filho. Vivenciando esses tempos com intensidade e entrega, sem ressentimentos ou receios, é possível encontrarem os dois, pai e filho, tempos de lazer e momentos únicos, promotores de uma relação forte, estável e sólida.

Aos pais e aos futuros papais de Guarapuava e região, a equipe da Rede Sul de Notícias deseja que sejam incontáveis os momentos felizes ao lado de seus filhos, de suas famílias. Um ótimo domingo à todos.

Cristina Esteche

Jornalista

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