Da Redação
Com o objetivo de ampliar o movimento de combate à exploração do gás de xisto por meio de fraturamento hidráulico das rochas (“fracking”), a deputada estadual Cristina Silvestri defende a criação de legislações municipais que proíbam o método e a promoção de campanhas de conscientização sobre os danos causados à agricultura, meio ambiente e à sociedade.
O risco do avanço do “fracking” no Paraná e no Brasil se intensificou nos últimos dias com o anúncio de que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizará, em outubro, uma nova rodada de licitações para a exploração do gás de xisto, por meio de faturamento hidráulico das rochas. Segundo o deputado Rasca Rodrigues, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Assembleia Legislativa, o número de municípios afetados chega a 145 – dos quais 22 municípios no Paraná, inclusive Guarapuava.
O que é “Francking"
A extração do "shale gas" ocorre por meio de uma técnica de fraturamento hidráulico de rochas subterrâneas, com utilização de água, área e produtos químicos. A técnica consiste na perfuração do solo, por meio de uma tubulação, onde são injetados de 7 a 15 milhões de litros de água e mais de 600 tipos de produtos químicos (inclusive substâncias cancerígenas).
A grande quantidade de água é usada para explosão das rochas, e os químicos para mantê-las abertas para a passagem do gás.
Além da alta contaminação subterrânea, cerca de 15% da água poluída com os resíduos tóxicos retornam à superfície, sendo armazenada em piscinões a céu aberto.
Destruição
A deputada Cristina Silvestri chamou atenção para os prejuízos à produção agrícola, aos recursos hídricos, à degradação do solo e à poluição atmosférica. Segundo ela, vários países já foram duramente afetados, tendo a contaminação de reservas subterrâneas de água e solo com produtos altamente tóxicos, causando terremotos, enchentes e eliminação da biodiversidade. Estudos apontam que o alcance da contaminação chega a 800 quilômetros do entorno do poço perfurado com o “fracking”.
“Não podemos permitir que acabem com o solo mais fértil do Paraná, que contaminem o Aquífero Guarani, que abastece mais de 1,5 milhões de paranaenses”, afirmou a parlamentar, para acrescentar: “Com a contaminação do solo e da água, a produção agrícola é fortemente afetada, causando, em um curto espaço de tempo, a destruição das condições de sustentabilidade local e regional e um grave impacto para a economia.”