22/08/2023


Geral

Agricultor teme crise de fornecimento em 2016

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Da Redação, com foto de Dalie Felberg / Alep

Evitar um colapso na produção da agricultura familiar paranaense em 2016 em função da previsão de uma drástica redução das vendas diretas para a alimentação escolar. Este é o principal objetivo do manifesto assinado por dezenas de cooperativas de pequenos produtores, que foi aprovado em audiência pública na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (02), e que será encaminhado ao governo do estado para assegurar a complementação dos recursos no Orçamento do ano que vem. 

A informação é do deputado Chico Brasileiro (PSD) que propôs a realização do encontro diante da redução dos recursos para a merenda escolar de R$ 157 milhões, neste ano, para R$ 94 milhões em 2016. Desse total, 30% devem ser adquiridos da agricultura familiar – ou seja, a previsão é de uma queda nessas aquisições de R$ 47 milhões para R$ 30 milhões. “Nosso objetivo é buscar um consenso e manter o mesmo nível de vendas da agricultura familiar para a alimentação escolar”, afirmou.

Com a presença de oito deputados estaduais, representantes do governo federal e estadual, Ministério Público, especialistas do setor e lideranças de 35 cooperativas de todo o Paraná, chegou-se à conclusão que o governo do estado deve assegurar em seu orçamento para 2016 a contrapartida e a complementação dos recursos que, nos últimos anos, vêm sendo assegurados integralmente pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). De acordo com os palestrantes, se isso não ocorrer, além do prejuízo aos agricultores, poderá faltar alimentos para os estudantes paranaenses.

De acordo com o “Manifesto pela continuidade da agricultura familiar”, desde 2003, quando foi iniciado o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o “ápice da boa relação da agricultura familiar do Paraná com o estado acontece em 2015”. Para os cooperativistas e agricultores, a ameaça de corte nos recursos vai prejudicar essa relação. “Muitos produtores e cooperativas possuem investimentos recentes conquistados com créditos de longo prazo, pois tinham como garantia as compras por parte do estado”, destacou o texto.

Em função da redução de recursos, a Secretaria de Estado de Educação também já anunciou o corte de itens a serem comprados dos agricultores, como carnes, ovos, leite e derivados. “Não podemos deixar que diminuam não só a quantidade, como a qualidade da alimentação escolar, pois é notório que os produtos da agricultura familiar são considerados mais saudáveis”, afirmou Chico Brasileiro. O documento será encaminhado ao governo do estado, diversas Secretarias e a todos os deputados estaduais.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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