Uma equipe multinacional de astrônomos descobriu que as galáxias anãs e irregulares são capazes de "incubar" e dar vida a estrelas – uma descoberta-chave no estudo da origem do universo, conseguida graças à utilização do potente telescópio Alma, no norte do Chile.
Antes desta descoberta, a comunidade científica considerava que apenas as grandes galáxias – como a via Láctea, onde está a Terra – apresentavam condições físicas para dar vida a estrelas.
O estudo que realizaram na galáxia anã batizada WLM "consiste em encontrar as zonas onde estrelas se formam em galáxias que são muito pequenas e que são as primeiras galáxias" do universo, disse à AFP nessa quarta feira (9) Mónica Rubio, astrônoma chilena que liderou o estudo que levou à descoberta.
Este resultado é importante para a comunidade científica porque "as estrelas são a base de como evolui o universo, já que quando o universo nasce somente há gás e de alguma maneira consegue formar as primeiras estrelas", explicou a especialista.
Rubio destacou a importância de contar com a potência do radiotelescópio localizado no deserto do Atacama, denominado Alma (Atacama Large Milimiter/submilimiter Array, na sigla em inglês), instrumento que permitiu detectar o fraco sinal emitido pelo monóxido de carbono, que deixa em evidência os processos de formação estelar e o que permitiu aos especialistas chegar à descoberta.
"Nos permite entender como estas galáxias tão pequenas e que eram as que povoavam as origens do universo conseguem formar as estrelas", agregou a pesquisadora.
Os astrônomos tentarão no futuro comprovar a descoberta em outras galáxias.
O Chile abriga um dos centros astronômicos mais importantes do mundo e o Alma é uma instalação astronômica internacional financiada por parceiros como o Observatório Europeu Austral (ESO).