22/08/2023
Política

“A Prefeitura forja documentos”, diz professora de Foz do Jordão

 

 

 

Após a denúncia da existência de diários secretos na Prefeitura de Foz do Jordão apontada pelo controlador interno João Piva e da utilização de placas em veículos com as iniciais AAS que enaltecem o nome do prefeito Anildo Alves da Silva, mais uma denuncia envolve a administração municipal. A professora Nice Ribeiro da Luz reclama de retaliação, perseguição política e aponta varias irregularidades na Secretaria Municipal de Educação. A principal delas é a falta de um titular da pasta.
Professora há 24 anos, graduada em pedagogia com pós-graduação em psicopedagogia clinica e institucional, Nice contou que durante a administração de Anildo Alves da Silva está sendo perseguida perante a comunidade. Em 2010 o caso já foi parar no Ministério Público. Um pedido para investigação também foi protocolado na Câmara para a Comissão Permanente da Educação. De acordo com Nice, o presidente da Câmara de Vereadores, Valdir Costa, se negou a ler o documento em duas sessões.
“O pessoal veio, mas a Prefeitura esconde, forja documentos, e fica tudo por isso”, afirma. De acordo com Nice, o problema começou quando ela, que é concursada, foi contratada pela ex-secretária de educação Graci da Silva que ficou no cargo apenas três meses. Segundo Nice, Graci havia dobrado a sua carga horária. “Não havia profissionais na área e porque ela sabe que sou responsável e competente na função que exerço”, disse a professora.
“Quando o prefeito soube, discutiu muito com a Graci e queria que ela resolvesse a situação: ou me tirava um horário ou ela sairia da educação, porque meu salário estava muito alto. Como pós-graduada tenho avanços salariais”, explica. “Nao aceitando a situação o prefeito exonerou a secretária e me tirou 20 horas de trabalho”, diz a professora. “A secretária estava iniciando um otimo trabalho, sem discriminação ou perseguição politica, mas o prefeito a dispensou”, observa.
Segundo Nice, há muitas irregularidades na Escola Municipal Padre Emilio Barbieri onde trabalhava. “Há desvios de funções e de salários. Existem estagiários e ou contratados, em sala de aula e com dobra de horário, pessoas trabalhando em sala fora da área de formação, pessoas trabalhando em sala de aula fora de seus devidos concursos e com dobra de horário, pessoas em cargo de comissão e com dobra de horário (sendo que isso é proibido na função como professora a nao ser que seja assessoria ou secretaria), pessoas sem formação mínima (magistério ou pedagogia) como exige a Lei para educador, e com dobra de horário; entre outros assuntos”, denuncia. Essas irregularidades, confoem a professora, serao levadas por ela ate o Ministerio Publico.

Por conta das distorções, duas supervisoras da equipe pedagogica ligada à Secretaria Municipal de Educação pediram para retornar a sala de aula e o que ainda e pior: “além do desfalque na equipe pedagógica, estamos há várias semanas sem secretária de Educação”, denuncia a professora.

Cristina Esteche

Jornalista

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