22/08/2023
Geral

“Advogada por vocação, feminista por convicção”, diz Edni Arruda à Revista da Ordem

A conselheira seccional mais experiente da OAB Paraná,  a guarapuavana Edni de Andrade Arruda  ganha destaque na revista da OAB  em março. Ela foi a entrevistada de capa no mês da mulher no meio de comunicação que considerado o  mais importante dos advogados do estado.

Um dos temas abordados pela advogada  é sobre o aumento da representatividade das mulheres nos quadros da Ordem, Edni criticou as estruturas da entidade e a comodidade de muitas advogadas. “Acho que depende de uma mudança de postura da instituição, eu falo da cúpula da Ordem, que são sempre poucos que decidem e as mulheres não participam dessas decisões, e também do fim da acomodação das próprias mulheres”.

De acordo com Edni, as estruturas do judiciário estadual passam por problemas em todo o estado e não somente nas capitais. “Mudam os personagens, mas o enredo e o cenário são iguais. (…) Nós temos fóruns sempre muito deficientes, o corpo da magistratura incompleto, temos uma deficiência enorme de funcionários, funcionários totalmente incapacitados, que não são treinados. A Justiça de primeiro grau é totalmente sucateada, magistrados muitas vezes sem qualquer vocação, as- soberbados de trabalho, sem condições estruturais, materiais, de desenvolver um trabalho satisfatório. As deficiências na Justiça Estadual são gritantes”.

A guarapuavana é a conselheira seccional mais experiente da OAB Paraná.  Edni de Andrade Arruda nasceu em Reserva, cidade de sua mãe, mas a titularidade de sua vida está em Guarapuava, para onde se mudou muito cedo e foi criada no seio de uma tradicional família de juristas – seu avô foi juiz na cidade e desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, seu pai foi influente advogado e presidente da OAB Guarapuava, sua prima foi ministra do Su perior Tribunal de Justiça. Nesse meio, ela logo se interessou pelo Direito e, depois de se formar pela Universidade Federal do Paraná e obter inscrição junto à Ordem, em fevereiro de 1969, ela se tornou a primeira advogada de Guarapuava – entre 2001 e 2006, foi também a primeira e única presidente da subseção. Em seus 45 anos de advocacia (quase que exclusivamente na área Cível), ela viu a Ordem se desenvolver, os advogados darem novos rumos à profissão e o Brasil mudar bastante. Mas ainda não viu uma mulher na presidência do Conselho Federal da OAB ou do Conselho Seccional da OAB Paraná, mesmo com as mulheres representando quase a metade do número total de advogados. “Nós sempre estamos esperando chegar, mas nunca chegamos”, diz a advogada, que se define como uma “feminista de carteirinha, de crachá e sindicalizada”. Nesta entrevista especial para o mês da mulher, ela fala bastante sobre a participação feminina, mas vai muito além da questão de gênero: “O destaque tem de ser pessoal”, afirma.

Para ler a íntegra da entrevista acesse aqui

Com assessoria da OAB/PR

Cristina Esteche

Jornalista

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