22/08/2023
Agronegócio

05 de agosto: dia da definição da Cargill no Paraná

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No próximo dia 05 de agosto, a Cargill deve anunciar oficialmente o nome do município paranaense que receberá a fábrica para processamento de milho. Os municípios de Londrina e Maringá já estariam fora da disputa pela dificuldade de logística. Além de Guarapuava, Castro e Ponta Grossa também brigam pelo empreendimento.
A briga para receber a indústria tem uma explicação. Serão investidos R$ 1,2 bilhão. Destes, R$ 350 milhões virão da Cargill e o restante de seis empresas – chamadas satélites. Elas irão receber e enviar subprodutos do processo produtivo da Cargill.
 
Em Curitiba
 
No último sábado (09) uma comitiva de lideranças de Guarapuava esteve reunida com o governador Beto Richa com o objetivo de apresentar o potencial e a estrutura que o município pode oferecer à indústria. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, a reunião foi fundamental para que o governador entendesse a posição do município. “Conseguimos fazer com que o governador avaliasse com outros olhos a possibilidade da nova indústria da Cargill vir para Guarapuava. Sabemos o quanto é difícil esta batalha, mas estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para vencê-la”, enfatiza Botelho.
Entre os pontos positivos para a instalação da Cargill em Guarapuava, Botelho apresenta a proximidade com as regiões produtores de milho safrinha, a possibilidade de viabilização da Ferroeste e a geração de mão-obra. “Nós apresentamos os dados técnicos que a empresa solicitou e ainda deixamos claro, com a participação de instituições de ensino, que todas as atenções da região vão ser direcionadas para o empreendimento. É um dos maiores empreendimentos que já se cogitou ter no município, por isso estamos nos esforçando tanto”, explica o presidente do Sindicato Rural.
Ainda segundo Botelho, a audiência com o governador foi proveitosa, principalmente por apresentar alguns dados que podem influenciar na vinda da Cargill para Guarapuava. “O governador é favorável à industrialização do interior do Paraná e sabe da importância dessa indústria para região. O momento agora é aguardar a decisão da Cargill”, declarou.
Na avaliação do secretário do Desenvolvimento Urbano, Cezar Silvestri, que também participou da reunião com o governador Beto Richa, a sociedade guarapuavana está unida na luta para a atração da multinacional. “Estamos aqui com empresários, lideranças políticas e do setor agropecuário para mostrar que Guarapuava está unida e trabalhando para conseguir atrair esse grande investimento. Temos muitos pontos favoráveis a expor e mostrar que o município reúne as condições ideais para a implantação da Cargill”, comentou.
O deputado estadual Cesar Filho reforçou a importância da instalação de uma empresa do porte da Cargill em Guarapuava e dos esforços de todo o setor produtivo para receber a multinacional. O parlamentar também citou as vantagens em relação às demais cidades interessadas – Castro e Ponta Grossa –, em função da qualidade do milho local, a alta capacidade técnica dos produtores e a grande produtividade, além de questões logísticas, como o transporte ferroviário e da instalação do ramal do gasoduto na região central do Estado.
No documento entregue ao governador Beto Richa, além dos dados da produção de milho e formação universitária da região, foi anexado um estudo feito pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) sobre os impactos socioeconômicos que uma empresa desse porte trará para Guarapuava e municípios vizinhos. A próxima etapa, segundo Botelho, é uma audiência com o prefeito de Guarapuava, Fernando Carli, para afinar os discursos com relação ao apoio à instalação da Cargill no município.
 
Participaram também do encontro, o secretário de Estado de Infraestutura e Logística, José Richa Filho,  o presidente da Sociedade Rural Guarapuava, Johann Zuber Junior; presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Centro-Sul do Paraná, Anton Gora; presidente da Associação Comercial e Industrial de Guarapuava (ACIG), José Divonsil da Silva; gerente regional da FIEP, Julio Cesar Pacheco Agner; do diretor presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste), Mauricio Querino Theodoro; o deputado estadual Bernardo Carli e o vereador de Guarapuava, Thiago Córdova.
 
A Cargill
Na nota distribuída em fevereiro à imprensa, a Cargill explicou que a nova fábrica será destinada para o processamento de milho no Brasil. O material será usado na produção de soluções em amidos e adoçantes. O investimento é necessário “para acompanhar o crescimento da demanda de clientes no País, o que representará um aumento de 30% na capacidade de moagem de milho da empresa para a América do Sul”, informou. A empresa anunciou que a planta fabril deve entrar em operação em 2013. A indústria pode contar ainda com uma linha dedicada a novos ingredientes, derivados de milho, alguns totalmente inovadores para o mercado brasileiro.

Cristina Esteche

Jornalista

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