Após cerca de dois anos da morte do jovem Saulo Filipin Prestes, num caso polêmico envolvendo um policial militar, em Turvo, o suspeito por ter atirado foi ouvido na Delegacia de Polícia em Guarapuava pelo delegado Bruno Miranda Maciozek, nesta quarta feira (14).
De acordo com o criminalista Marinaldo Rattes, advogado contratado pela família da vítima, Toni Sivério Muniz Junior, disse que a arma disparou sem acionamento do gatilho. De acordo com o policial, o disparo aconteceu após ter tentado abordar o carro onde Saulo estava, mas em vez parar, o jovem teria acelerado o veículo. O PM afirmou que fez um disparo de advertência. Porém, o jovem foi atingido fatalmente na cabeça na madrugada de 23 de julho de 2016.
Saulo estava com dois amigos na loja de autopeças da família por volta das 1h30. Quando os três estavam indo embora, Saulo patinou o carro. Neste momento, o policial militar passava pelo local. Ele voltava de uma escala de serviço cumprida em Palmital. Segundo testemunhas, o PM apenas chutou o carro, deu um tiro no chão e outro na janela. O disparo atingiu a cabeça do jovem. Por fim, de acordo com a testemunha, a PM foi chamada e colheu o depoimento dos envolvidos.
Ao chegar em Turvo, de carona, o PM contou ter visto um carro fazendo manobras perigosas próximo ao trevo de entrada e que o veículo veio ao seu encontro e que, para impedir que fosse atropelado, disparou em direção aos pneus do veículo. Reconstituições do dia da morte foram feitas tanto pela polícia civil quanto pela PM, numa “queda de braço” entra atribuições.
Segundo Marinaldo, a arma de onde saíram os disparos ainda não foi entregue para perícia técnica, embora esteja em poder da PM desde o dia do fato. “A arma permaneceu apreendida nos autos de inquérito da PM, que forçou para que o caso fosse apurado e julgado pela Vara Militar como homicídio culposo, mas em 13 de janeiro de 2017 o Juiz Militar determinou que o inquérito fosse por crime doloso, devendo para tanto os autos serem enviados para Juízo Criminal da Comarca de Guarapuava”. Ainda segundo o criminalista, a partir de então, inúmeras foram as diligências para a PM entregar a arma apreendida. “Porém, somente o laudo balístico foi encartado no inquérito”.