22/08/2023
Saúde

5° Regional de Saúde ganha perfil técnico

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A 5° Regional de Saúde sediada em Guarapuava está passando por uma reestruturação. O novo conceito passa, principalmente, pelas funções  de chefia com prioridade para técnicos, muitos dos quais, já atuam no órgão há anos. Há casos em que chefias eram cargos de confiança da coordenaria anterior e que foram mantidos pela competência.

“Sempre tive vontade de desenvolver um trabalho técnico porque entendia que a 5° Regional tinha perdido a sua identidade. Se não houver esse viés a coisa não funciona”, afirma o dentista Vinicius Traiano (foto), que assumiu a chefia do órgão há menos de 30 dias.

A vontade de promover mudanças que levem à eficiência da 5° Regional de Saúde e, consequentemente, melhorias no atendimento aos municípios jurisdicionados, também pode ser verificado entre os servidores que atuam no órgão.

“Há uma vontade muito grande de que as coisas aconteçam. Os servidores querem desempenhar as suas funções sem que haja desvio dessas funções e estamos cuidando disso com responsabilidade”, assegura Traiano.

Na primeira semana de trabalho ele visitou a Secretaria Municipal de Saúde, a Vigilância Sanitária, foi até o Hospital São Vicente, conversou com a diretoria do Hospital Santa Tereza. “Fui conhecer as pessoas e me colocar à disposição para um trabalho conjunto e isso é extensivo a todos o municípios que compõem a 5° Regional de Saúde. Vamos trabalhar juntos com as secretarias municipais de saúde, principalmente, em relação aos Programas de Saúde da Família (PSF´s) que oferecem serviços e que muitas vezes a população não fica sabendo”, diz.

Em Guarapuava a desativação de 70 leitos para atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores preocupações da chefia. “Com o fechamento do Hospital Estrela de Belém perdemos esses leitos e isso está refletindo em toda a região e, principalmente, nos dois hospitais hoje existentes na cidade”, afirma. De acordo com Traiano a verba  (cerca de R$ 160 mil mensais) disponibilizada pelo Governo para a manutenção desses leitos desativados continua disponível. Há a possibilidade desse recurso ser dividido entre os hospitais Santa Tereza e São Vicente para o atendimento , mas é necessário que cada uma dessas unidades amplie o número de leitos (mais 35 cada um).

“Estamos correndo atrás para resolver essa situação”, assegura. Outro problema que agrava o atendimento da saúde em Guarapuava é a falta de atendimento pelo SAS (Serviço de Atendimento à Saúde) que também está paralisado desde o fechamento do Estrela de Belém.

 

HOSPITAL REGIONAL

A implantação de um Hospital Regional em Guarapuava não está nos planos da 5° Regional de Saúde pelos altos custos que esse projeto demanda, principalmente, com a folha de pagamento dos servidores.

“É muito melhor ter uma parceria com um hospital filantrópico. Além de oferecer um atendimento mais eficiente o custo é bem menor”, diz.

 

 

 

AÇÕES JUDICIAIS

No dia-a-dia da 5° Regional da Saúde o que mais incomoda são as ações judiciais ajuizadas junto ao Ministério Público por pacientes. Os casos passam desde a necessidade de uma criança em tomar leite NAN para reforço alimentar, por exemplo, até exigências mais complexas com a compra de medicamentos caros. Essas ações são provocadas quando o paciente necessita do tratamento, não pode comprar o que o médico prescreveu e o Estado não repassa porque não possui programa de atendimento desse grupo. “Com a intervenção do MP , o Estado  por intermédio da 5° Regional, é obrigado a adquirir o medicamento e ceder ao paciente, diz Traiano.

A atribuição da 5° Regional de Saúde, porém, não é o atendimento ao público. “Não prestamos esse tipo de atendimento”, diz. Isso acontece apenas quando há demanda de medicamentos na farmácia do órgão e com destino específico. “Existem programas que abrigam determinados grupos de pacientes. Por exemplo, diabetes, tabagismo, hipertensão, entre outros, que são ligados a programas estaduais e federais. Há um cadastro desses pacientes. Com o recebimento de medicamentos destinados a esses grupos a 5° Regional de Saúde promove essa entrega. A 5° Regional é apenas uma distribuidora”, explica.

Cabe ao órgão, principalmente, agendar consultas especializadas de pacientes que são encaminhados pelas secretarias municipais de saúde da região. A auditoria em hospitais também é responsabilidade do órgão.  Para isso, mantém médicos contratados que tratam das auditorias, dos encaminhamentos de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, das questões de urgência/emergência, da Unidade de Suporte Avançado.

Para desenvolver todo esse trabalho a nova estrutura da 5° Regional de Saúde conta com o trabalho conjunto entre Traiano e o médico Stefen Wolanski Negrão que no organograma da 5° Regional de Saúde responde pela Divisão de Atendimento em Gestão e Saúde.

Além disso, a 5° Regional de Saúde abriga em sua estrutura física o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS),  hoje presidido pelo prefeito de Campina do Simão, Emilio Artemiro Lazzaretti. “A 5° Regional apoia o CIS cedendo um espaço para a sua sede”, diz Traiano.

 

 

 

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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