22/08/2023

A cultura mostra a sua cara em Guarapuava, finalmente?

O guarapuavano não pode mais dizer que Guarapuava não oferece programação cultural. À primeira vista,  numa breve pesquisa sobre o calendário recente pode-se dizer que a cidade mudou, ou melhor, será que foram os artistas que mudaram  e estão tirando o seu talento das garagens e mostrando a cara em todos os espaços possíveis, socializando a arte no melhor estilo de que o "artista deve ir aonde o povo está"?

Porém, numa também breve retrospectiva, veremos que as coisas continuam acontecendo, só que agora num ambiente mais favorável, mais "pé no chão", mais democrático, mais igual. São iniciativas populares que nascem nos bairros, nas vilas, no centro, nas faculdades, na universidade e que vão tomando forma e se "apoderando" dos espaços vazios para enchê-los com arte nas suas mais diveras manifestações.

Vamos aos fatos: as rodas de capoeira, uma modalidade esportiva/artística e cultural já se incorporou ao Calçadão da XV de Novembro, nas manhãs de sábado e não é de hoje.  São crianças, jovens e adultos – homens e mulheres –  que mostram a ginga, a malícia performática, comandadas pelo som berimbau.

A Praça do Paço, ali em frente a Prefeitura, até pouco tempo ocupada por mendigos e desocupados, aos poucos, está servindo ao propósito para o qual foi construída – ou pelo menos deveria ser assim. No último domingo, foi palco, literalmente, de um encontro de bandas. E outros já estão programados. Mas num passado remoto era o ponto de encontro de grupos de Hip-Hop.

O auditório da Unicentro já está sendo preparado para mais uma edição do Festival de Teatro do Centro Oeste (Feteco), evento que atrai para a cidade grupos de municípios do Paraná e de outros estados há décadas.

Para quem acompanha a programação da unidade do Sesc (Serviço Social do Comércio) vê que atrações culturais diversas é o que não faltam e são opções para todos os gostos culturais. E não é de hoje que isso acontece.

Grupos isolados  "tiram" o seu som em bares ao redor das faculdades, como é o caso da Noite do Blues. Bandas de som alternativos, pra "fazer a cabeça" com ritmos e instrumentos não tão convencionais ensaiam e em breve vão colocar o "bloco na rua".  Enretanto, Guarapuava, no final da década de 90 teve um movimento underground que motivou o surgimento de mais de 40 bandas, motivadas pelo programa Tribomania na Tevê Araucária.

Grandes shows musicais podem ser presenciados quase que semanalmente no Pahy Centro de Eventos e os fãs já deliram com o anúncio de que o sertanejo Luan Santana estará na cidade. Sergio Reis, Dominguinhos, Belchior, Alcione, Agepê, Jimmy Cliff, Jessé, Roberto Carlos, Jair Rodrigues, e tantos outros nomes da música brasileira e internacional já se apresentaram na cidade há décadas e décadas. Até uma Noite Cubana com banda, cozinheiro, culinária importados de Cuba, no Clube Guaíra, o guarapuavano já presenciou.

Não é possível falar em cultura sem citar a Companhia de Teatro Arte e Manha e tantos outros talentos anônimos ou não.

Como se vê, o município sempre ofereceu opções. Muitas vezes, o público que tanto cobrava, não foi. E é isso que está mudando e os fatores dessa transformação são muitos, entre eles, o público acadêmico oriundo de vários estados brasileiros; a vontade política de prestigiar a todos, seja a manifestação cultural que for.

E para contemplar esse novo momento, essa virada cultural, a novidade é o evento que começa às 10 horas deste sábado (26) e que seguirá, ininterruptamente, até a madrugada de domingo (27). O palco, ou melhor, os palcos (são três) terão como cenário o Parque do Lago. Serão 17 horas de shows com a apresentações de bandas locais, sem cachê, mas estarão lá para alegrar o público. Os artistas renomados, estes sim com cachês pagos pelo Governo do Paraná, se apresentam a partir das 23h30. A primeira grande atração da noite no palco principal será Fafá de Belém, seguida pela curitibana "A Banda Mais Bonita da Cidade".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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