A distância é mesmo uma questão de tempo. Acho que já falei isso antes, mas é a verdade. Trinta dias na Ilha de Manhattan passaram como num "piscar de olhos", ora mais demorado, ora mais rápido, conforme a medida da saudade.
Nesse período me esbaldei de brincar com o Thales e é aí que o "bicho pega". E agora que tenho que voltar como é que fica? Assisti televisão durante as noites com o Diego e foram programas que vou continuar vendo no Brasil como uma forma de "driblar" a distância. Novamente, como acontece todos os anos, andei pelas lojas, pelos restaurantes e na "saideira" vou assistir um show com a Luka.
O tempo passou e é chegada a hora de afivelar as malas, levando na bagagem os momentos aqui vividos e para os quais eu peço bis.
Mas o Brasil, por mais que eu admire muitas coisas dos americanos, é o meu país. Com todas as falcatruas, os escândalos políticos, o "toma lá dá cá", os jogos de interesses, a falta de tudo. Aqui, por exemplo, a tolerância é zero para muitas coisas. Posso contar o episódio de um brasileiro que tentou passar a catraca do metrô junto com outro, para não pagar a passagem. Foi preso e deportado. Imagine se essa moda pega no Brasil. O que vai ser feito? Não dá nem para imaginar, mesmo porque o que é impossível não se imagina, mas se pode tentar mudar a partir da educação, da mudança de atitude, da conscientização de direitos e de deveres, do exercício de cidadania. Chega de ficar calado, de se omitir, de ser cúmplice do que é contra o bem comum. Isso também é uma questão de tempo!
No meu caso, a contar do momento em que escrevi este texto, faltam 48 horas para entrar embarcar e encarar quase 12 horas de viagem cortando o céu das Américas, além de esperar seis horas em Guarulhos, voar até Curitiba e encarar mais quatro horas de ônibus até Guarapuava. A partir de então é aguardar mais 12 meses para uma nova temporada em Manhattan. Ah! A linha entre a distância e o tempo se confundem e me fazem viver com saudade.