22/08/2023

A dor fica ainda maior pelo desprezo

A saúde pública municipal em Guarapuava está um caos. Essa é a voz corrente em cada bairro, em cada vila, em cada distrito por onde se vá. A má qualidade no atendimento aos pacientes e seus familiares, a falta de médicos e de medicamentos, a escassez no número diário de fichas compõem a receita da péssima qualidade do setor em Guarapuava.

Depois da morte de um ancião no postinho de saúde no Núcleo Recanto Feliz por falta de atendimento, em todos os sentidos, é apenas o ponto final da cadeia. Dá para imaginar a sentimento de dor pela perda de um ente querido e que se agrava pela falta de atendimento numa unidade onde as pessoas foram contratadas para salvar vidas? Se a morte desse senhor, nessa situação, fosse a primeira poderia servir para abrir os olhos da administração municipal para a gravidade do problema. Mas infelizmente não foi.

Apenas poucas horas após esse fato lamentável em outro ponto da cidade, na Vila São Miguel, mães reclamaram da discriminação. "Acho que pensam que somos aidéticos", repetiram mulheres e homens em cada conversa mantida com este blog e com a REDE SUL DE NOTICIAS. "Tem nojo de pesar as nossas crianças", disseram outras mães, pessoas simples, que trabalham, vivem e pagam impostos em Guarapuava.

O sentimento de mãe, de pai, de esposa, de filhos em ver uma pessoa da sua família sofrendo é igual em qualquer classe social. A diferença é que aquele que pode mais comanda os destinos de quem pode menos. A distância entre quem está no poder e os que são subjugados é grande. Por isso, é preciso estar presente, ter políticas públicas que contemplem essa que é a maior parcela da população. Guarapuava precisa de uma administração voltada ao ser humano, comprometida com a sua gente.

Só quem acompanhou de perto a dor da família que perdeu o pai debaixo dos olhos da administração pública, por falta de atendimento, pode dimensionar a gravidade do caso. E não adianta tentarem postar comentários tentando "esconder o sol com a peneira", dizendo que se utiliza de uma morte para fzaer política. Em momento algum foi tentato fazer esse tipod e coisa, aliás, as pessoas costumam tirar conclusões por aquilo que são capazes de fazer.

Para que a opinião pública veja quem é o certo e quem está errado, compartilho o depoimento em video de dona Leonor, a esposa que perdeu o seu companheiro, o pai dos seus filhos, pelo descaso de um´ sistema de saúde que é "modelo" para o Brasil apenas nas propagandas de televisão.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

RSN
Visão geral da Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.