22/08/2023

… a gente não quer só comida….

A falta de uma política cultural que contemple a arte nos seus mais diversos segmentos deixa o talento guarapuavano no ostracismo. A música, por exemplo, está eclodindo pelo ar de Guarapuava sem que seja percebida. Ela brota nos bairros, nas vilas mais distantes, nos distritos, no centro da cidade. O talento não escolhe classe social, cor ou credo. Ele surge do nada, do universo e encontra o seu lugar na sensibilidade.

Por força do trabalho que estou executando para municípios na região, em especial a criação de jingles com a parceria do Orlando, tenho passado uma parcela do meu tempo no estúdio do Serginho da Mata. Agradeço por isso. Hoje, particularmente, conheci a Simone, uma cantora gospel cuja voz não ouvi outra igual. Ela estava lá curtindo o seu próprio clipe. Mas outras supresas ainda estavam por vir. Ouvi e vi outros cantores, todos gospel. São adolescentes, jovens, adultos que se entregam à música para louvar a Deus. Ou se entregam a Deus usando a música como instrumento. Também conheci o Ferpa, um cabo do Exército com um dom musical capaz de despertar emoções no ser mais insensível dos seres humanos. E me disseram que ainda não nem o começo do que Guarapuava atuamente está sendo capaz de oferecer".

É certo que melhorias da saúde, na educação, na infraestrutura e em tantas outas áreas são necessárias e se fazem urgentes. Mas e a cultura também não é um bem necessário e urgente ao ponto de pautar propostas de candidatos? Está mais do que na hora de Guarapuava ter uma Fundação Cultural com editais que oportunizem essa explosão cultural, que esteja nas mãos de quem tenha uma visão ampla do que é cultura, do fazer cultura.

Está mais do que na hora da cultura merecer muito mais do que um simples departamento na Secretaria de Educação e não se limitar a projetos oficiais. As atividades culturais tem que nascer do povo. Ao Município cabe apoiar essas manifestações e não vê-las como concorrência.

O artista precisa do seu espaço, quer seja nas praças, na rua, no templo, no teatro que Guarapuava deixou de ter.

Cristina Esteche

Jornalista

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