22/08/2023

A gente não quer só comida….

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Sempre me considerei insana por encarar os desafios que surgem à minha frente. Já fiz de tudo um pouco sempre com a intenção de ajudar pessoas. O meu combustível para isso se chama ideologia. Quando me vejo à frente de algo que me identifico chego quase a não ter limites. É pura paixão. Confesso que às vezes cansa. E é nessa fase que me encontro. Mais voltada para a minhas coisas. Cansei de dar “murro em ponto de faca”. Sempre digo isso, até que surja alguma causa nova. E aí, lá vou eu. Só quem faz isso, sabe do que estou falando.

Por ora, prefiro me curvar perante corajosos que bem ao estilo mineiro, “comendo pelas beiradinhas”, quetinho, quietinho, derrubam fronteiras e promovem revoluções. Me refiro aqui ao jornalista Mauro Xavier Biazi. Conheci o Maurinho na nossa adolescência. Ele estudava com meu irmão Tuto e meu pai era amigo do seu. Anos mais tarde o encontrei trabalhando na Prefeitura, numa passagem rápida para conseguir recurso e ir aos Estados Unidos. Quando voltou, montou o Tin-Tin, um jornal de bar, cultural. Ele mesmo vendia as publicidades, cobrava, escrevia, produzia. Assim sem amarras. Daí em diante surgiram outras opções alternativas de renda, sempre com cunho cultural.

Mas o que me leva a escrever é uma iniciativa fantástica que está dando “vida” aos finais das tardes de domingo no Parque do Lago. Passei por lá ontem (23) e estava cheio de gente. Descoladas, as pessoas sentam no gramado para ouvir e ver os talentos da cidade que ali tocam, cantam e, principalmente, encantam.

Parei e percebi o que já venho constatando há anos. Como é fácil fazer as coisas quando não se tem entraves políticos. O Maurinho, embora tenha feito investidas na área política, sem êxito, está deixando esse potencial extravasar de outra forma. Organizar pessoas talentosas e oferecer esse potencial à cidade está sendo o hobby. Ele faz porque gosta. Por paixão não se importa em correr atrás de patrocínio para dar condições para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível. E que é muito bacana. É que a cidade está dando a resposta. O público está cada vez maior. Novas opções estão surgindo e abrindo o leque de potencialidades escondidas pela falta de uma política cultural descentralizadora, que olhe de forma diferenciada para o que existe em Guarapuava. E são tantas coisas, nas mais diversas áreas.

Que esses artistas ocupem os locais ociosos, a escadaria da Catedral, o Calçadão da XV, o Parque do Lago, a Lagoa das Lágrimas, a Praça da Fé, o terminal urbano. São tantos lugares alternativos para a cultura popular. O guarapuavano já demonstrou várias vezes que tem sede e fome de cultura. Afinal, como canta a música… a gente não quer só comida…….O Maurinho sabe muito bem disso.

Aliás, "furtei" uma foto do Facebook dele.

Cristina Esteche

Jornalista

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