Que Guarapuava tem um potencial turístico que pode se tornar um novo viés para a economia local e regional, não precisa ser dito, mais uma vez. Porém, de novo, o município figura no roteiro Terra dos Pinheirais, elaborado pelo Ministério do Turismo.
Atrativos para isso é o que não faltam. Temos clima, em temporada de outono e inverno, que não perde em nada para as consagradas Gramado e Canela, na serra gaúcha. Se lá existe o apelo internacional com o Festival de Cinema, aqui, ainda não temos nada organizado. Ensaiou-se uma iniciativa com o Festival de Inverno que, incialmente, previa uma série de atividades, como roteiro gastronômico, apresentações culturais. A maioria do que foi programado, entretanto, acabou não acontecendo. A exemplo de outras iniciativas, o evento, que pretendia ser grande, acabou minguando a cada ano. Aliás, essa é uma tendência guarapuavana. Repito: já tivemos a Festa das Nações – hoje retomada; já tivemos Festival Internacional do Folclore – hoje o Festival continua na Unicentro, com um público, em sua maioria, composto por pais e membros das etnias que se apresentam; tivemos o Arrancadão e a promessa da construção de uma pista específica para os amantes desse esporte; tivemos a Festa da Vodka do Serce Polski, que atingiu índices altíssimos de adeptos. Mas o Poder Público, à época, que deveria apoiar, se intrometeu e a festa definhou.
E o que dizer da potencialidade rural do nosso município? São cachoeiras e rios que oferecem condições para a prática de esportes aquáticos. São propriedades rurais com capacidade para receber turistas para um dia no campo, com comida tropeira, roda de viola, cavalgadas. E o que dizer do complexo esportivo do Parque Recreativo Jordão, do Salto São Francisco, Parque das Araucárias, dos santuários num circuito de turismo religioso? Não se pode esquecer também do turismo de negócios, que também temos potencial para isso, considerando a localização geográfica do município, como polo da região Centro-Oeste, corredor para o Mercosul.
A nossa potencialidade é tamanha que não dá para explorar em poucas palavras. Mas aí vem a pergunta: estamos preparados e conseguimos ver Guarapuava como município turístico e damos a ele o destaque que merece? Somamos esforços com as iniciativas que a Secretaria Municipal de Agricultura e Turismo começa a fazer? Aliás, o turismo começou na pasta da Indústria e Comércio e depois migrou para a agricultura e dá ênfase ao turismo rural. O que se vê também é a organização de eventos que já acontecem na cidade, numa espécie de calendário por temporada. A iniciatia é válida. Afinal, o papel do Poder Público é justamente esse: apoiar as iniciativas que nascem na comunidade. E olha que temos muitas.
Como se vê, a indústria turística é o novo nicho da economia brasileira. Municípios ao nosso redor estão se unindo e já colocando em prática, juntos, roteiros comuns. Nada mais acontece de forma isolada. Que o diga os Campos Gerais.
Em Guarapuava e região a natureza já fez a sua parte, agora cabe a nós, agentes, entrar no circuito.