sábado, 5 de abr. de 2025
Blog da Cris Guarapuava

A porta está aberta, mas o atendimento falta!

Os incidentes ocorridos no fim de semana evidenciam a grave carência de profissionais e infraestrutura para lidar com emergências em saúde mental

Imagem: reprodução/ Pixabay

Os incidentes ocorridos em Guarapuava no fim de semana evidenciam a grave carência de profissionais e infraestrutura para lidar com emergências em saúde mental. A ausência de um atendimento especializado pode resultar em tragédias, como a de um jovem que, sem acompanhamento adequado, buscou ajuda na UPA, mas, ao não receber tratamento imediato, tomou uma atitude extrema após deixar a unidade. No dia seguinte, domingo, um idoso, de 76 anos, também se atirou no mesmo lago.

Embora as UPAs sejam fundamentais para atendimentos clínicos gerais, elas não estão preparadas para emergências psiquiátricas. A capacitação dos profissionais de saúde para identificar e intervir em crises severas, como transtornos de ansiedade, é essencial. Especialmente entre os jovens, grupo no qual essa condição é cada vez mais prevalente.

Outro ponto crítico é a falta de uma estrutura específica para urgências psiquiátricas em Guarapuava. Enquanto cidades maiores contam com unidades especializadas, a cidade ainda não dispõe desse serviço, colocando em risco a vida de quem sofre com transtornos como ansiedade e depressão.

A Secretaria de Estado de Saúde anunciou, nos últimos dois anos, a destinação de 10 leitos no Hospital Regional para esse tipo de atendimento. No entanto, até agora, as adequações necessárias não foram feitas. Além disso, qualquer internação psiquiátrica precisaria passar pela Central de Leitos, o que dificultaria o acesso imediato ao tratamento. O que Guarapuava realmente necessita é de uma unidade de urgência e emergência psiquiátrica, garantindo atendimento adequado a quem precisa.

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Cristina Esteche

Jornalista

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