22/08/2023
Brasil

A responsabilidade é de quem?

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A demora para a chegada do carro do Instituto Médico Legal (IML) no terminal Estação da Fonte, no Centro de Guarapuava, nesta quinta (18), gera questionamento. De quem é a responsabilidade sobre o corpo de uma pessoa que tem morte natural e que encontra-se em local publico?

Nesta quinta, o senhor Ubirajara Alfredo, 66 anos, sofreu infarto dentro de um ônibus da empresa Pérola do Oeste, no terminal. Após tentativas feitas pela quipe do Samu, coordenada pelo médico Rafael Brito, o paciente não resistiu. Inicialmente, a Polícia Militar que já estava no local disse que havia chamado o IML. Uma hora depois, liguei para o Instituto e a interlocutora disse que não havia recebeido nenhum chamado. Voltei a contatar a PM quando tive a informação de que “estavam resolvendo com o delegado”. Enfim, o carro do IML chegou duas horas depois, por volta das 13h03, para colher o corpo que permaneceu no piso do ônibus.

Esse caso me fez lembrar de um senhor que morreu na Avenida Manoel Ribas, perto de uma transportadora. O corpo ficou durante uma tarde inteira, na calcada, exposto ao sol. Lembro que nós da Rede Sul de Notícias buscamos todas as possibilidades para saber quem recolheria o corpo. Ao IML cabe o recolhimento de cadáver vítima de morte violenta. As funerárias prestam serviço particular. Portanto, só atendem quando são contratadas por familiares. E então, como ficam os casos como os de hoje? Entendo que o ideal seria o Serviço Funerário Municipal dispor de um veículo para casos que  não são de competência do IML, além de um espaço onde o corpo possa ser colocado até a chegada dos familiares.

A morte de um entre querido é um momento muito difícil, delicado. E ter que ver o corpo no chão e ainda esperar horas e horas para que possam ser tomadas as providencias cabíveis, deixa o momento ainda muito pior. É uma questão de respeito, de direito e de dignidade humana.

Cristina Esteche

Jornalista

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