Jonas Laskouski
Guarapuava – Se este repórter estiver errado, me corrijam, mas desde a ocupação dos campi Santa Cruz e Cedeteg da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em 18 de outubro, pela primeira vez os acadêmicos da instituição saíram em manifestação pelas ruas de Guarapuava.
O motivo, todos já sabemos. O movimento Ocupa Unicentro briga por direitos amplos contra o que consideram um "desmanche da educação": proposta do Governo Federal de reforma do Ensino Médio, a PEC 55/16 – que deve ser votada esta semana no Senado -, e o avanço da proposta ”Escola Sem Partido”, dentre outras razões. Além disso, os estudantes repudiam algumas atitudes ocorridas nas últimas semanas na universidade, como a suposta agressão de um professor contra uma acadêmica e o comportamento do reitor Aldo Bona que quase entrou em 'vias de fato' com um estudante, segundo alguns acadêmicos. Junte-se a esses motivos, mais um: os acadêmicos que são contra a ocupação cobraram dos que são a favor, o fato das manifestações estarem ocorrendo apenas dentro da universidade. Dito e feito, o movimento ganhou as ruas da cidade na tarde dessa segunda (07).
Carregando faixas e gritando palavras de ordem, cerca de 100 alunos saíram do Cedeteg, na Vila Carli e vieram em direção ao Centro de cidade. A batucada chamou a atenção da nossa Redação e da janela do 6º andar do Edifício Araucária foi possível ver os acadêmicos subindo a rua Vicente Machado, que depois entraram na Padre Chagas indo até o Colégio Visconde, para depois seguirem até o campus Santa Cruz.
Bruna de Sousa Pinto, acadêmica de Educação Física, conversou comigo e disse que "ficaremos o tempo que for necessário. A PEC limita os gastos por 20 anos, então se for necessário ficaremos acampados por 20 anos. Não vamos ceder (…) Estamos aqui pela educação, pelo Brasil, por nossos direitos e pelo nosso futuro", disse Bruna.
Sobre a suspensão da paralisação dos professores da Unicentro, decidida em assembleia também na tarde dessa segunda (leia aqui), os estudantes lamentaram a decisão e o fato dos professores não estarem junto deles nesse momento.
A discussão, pelo jeito, ainda vai longe.