Guarapuava – O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Valdir Grígolo (foto), disse à REDE SUL DE NOTÍCIAS – TRIBUNA que a entidade se isenta de qualquer comentário sobre a revogação da lei complementar 02/2008. Ele cobra um debate amplo sobre o tema. Desde o ano passado quando o prefeito propôs essa lei a ACIG defendia um debate sobre esse tema como continuamos defendendo agora por causa da revogação, cobrou.
Grígolo, entretanto, diz que a entidade apóia o que na prática possa ser bom para a classe empresarial e para a cidade.
A lei restringe a construção de hipermercados a 2,5 mil metros quadrados na área central da cidade. Mas a principal polêmica é que antes disso o prefeito ampliou o perímetro urbano que hoje é compreendido também pelos bairros Santa Cruz, Santana, Trianon, Alto da XV, Bonsucesso, dos Estados, Vila Bela e Batel.
A justificativa de Carli na época foi de que as grandes construções causam transtornos gerados pelo grande número de veículos num mesmo local, aumento do fluxo de trânsito, concentração de atividades no mesmo lugar e, consequentemente, a perda de empregos na região. O prefeito lembra também que grandes empreendimentos mudam radicalmente o perfil sócio-econômico da região onde são instalados.
As observações carlistas na época da sanção da lei foram ratificadas por empresários do setor supermercadista. Eles acreditam que a lei ainda em vigor é uma tendência mundial de proteção ao que chamam de concorrência predatória que pode prejudicar o comércio como um todo.
Os pequenos empresários do setor não pensam dessa forma. Sadi Federle, que além de vereador é dono de um mercado na periferia de Guarapuava, comemorou a iniciativa da Câmara. Os vereadores que aprovam a revogação dessa lei estão pensando nos micro, nos pequenos e nos médios empresários, mas acima de tudo na população. A livre concorrência faz parte da democracia e o fôlego está sendo devolvido com a anulação dessa lei que nos foi imposta goela abaixo, repudiou.
O presidente regional Centro-Oeste da Associação Paranaense de Supermercados (APRAS), João Ricardo Hyczy disse que a entidade respeita qualquer que seja a decisão do Poder Legislativo de Guarapuava em relação a lei dos supermercados.
Na nossa visão isso pouco muda em função do teor da lei, pois nos moldes de hoje as lojas chamadas de hipermercados trabalham dentro deste padrão de
tamanho (2,5 mil metros quadrados), o que não torna impeditivo na situação atual a montagem de um supermercado ou hipermercado na área pré -determinada pela legislação.
O empresário lembra que uma empresa que queira construir um espaço maior do que previsto pela legislação ( grande hipermercado ) é bem provável que a empresa que tenha interesse em construir uma loja assim, como em qualquer outro município buscaria, uma área fora do anel central da cidade, em função custo de instalação, impacto trânsito, impacto ambiental, entre outros fatores.