As alegações da acusação no julgamento de Luiz Felipe Manvailer nesta segunda (10) defendem a tese de que ele é culpado e pedem a condenação com todas as qualificadoras. Ele está sendo julgado por feminicídio, utilização de violência e motivo fútil.
Tanto o promotor Pedro Papaiz quando o advogado Roberto Brzezinski asseguram que Tatiane Spitzner foi esganada dentro do apartamento. Conforme a acusação o possível crime teria ocorrido após a briga no Box Lounge, onde o casal e comemorava o aniversário de 32 anos dele. Já a atuação de Brzezisnki, de modo enfático, busca convencer os jurados de que o réu se trata de um “monstro”. Essa analogia cabe tanto para o físico musculoso de Manvailer (1,98m de altura e 96 quilos), como também pelo ato que ele, supostamente cometeu.
Entretanto, na sustentação do promotor ele se apega a detalhes imagéticos e técnicos para mostrar as contradições no depoimento do réu. Assim, em frente aos jurados, o promotor mostra dois cadernos de inquérito assinado pelo delegado Bruno Maciozek, a primeira testemunha a depor no primeiro dia, na última terça (4). Conforme o delegado, o indiciamento teve como causa feminicídio, fraude processual e furto de veículo, que está arquivado porque ele possui o direito a 50% do Cruze. A outra metade pertence aos pais da vítima.
De acordo com o promotor, ele analisa há três anos o processo que possui mais de mil páginas. Cita ainda o depoimento do perito Edimar Cunico a quem atribui credibilidade total em contraponto às análises do médico legisla Luiz Airton Saavedra.
Todavia Brzezisnki, também se apega à conduta do réu durante o depoimento. Diz que ele se mostrou uma pessoa exaltada e ofensiva que feriu a moral, a honra e o luto da Família Spitzner. Disse também que demonstrou ainda ter muita raiva de Tatiane. “Por isso, peço a condenação do acusado”. Em toda a sustentação, o advogado se refere nominalmente a alguns jurados.
Em seguida o promotor entrega peças aos jurados. Além de pedir a condenação, também apela para que todas as qualificadoras sejam reconhecidas.
CONTRADIÇÕES
Depoimento de Manvailer em São Miguel do Iguaçu não cita agressões dentro carro. Disse que as discussões se alteraram dentro do apartamento.
Saída do Box Lounge – Tatiane saiu com a irmã para ir embora e volta para pegar a chave. Promotor lembra que Manvailer não falou que horas entregou a chave do apartamento para a Tatiane.
Contesta que ele pegou Taiane foi pega pelo pescoço no carro, mas sim puxou pelo cabelo e a soqueou
Justifica que as agressões no lado esquerdo porque Manvailer está no volante e agredindo ela.
Só falou que ela o xingava. Em momento algum disse que ele a xingava. “Então quer dizer as expressões dele eram apenas corporais”? questiona o promotor. Ele se refere às agressões físicas praticadas. Quando Tatiane vai para o elevador aperta o térreo e não tem marcas de esganadura, o que prova, segundo promotor, que ela foi morta dentro do apartamento, por esganadura.
Antonio Marcos, Camila e José Ilso, Roberta Kelly e Marcus Vinicius Kuster Vogt. Estes moradores do prédio e um na frente, dizem que houve intervalo de minutos entre o grito de socorro, discussão e o baque. É questionado o grito de: “Tatiane, não”. Como eles não escutaram? Porque ele não gritou, diz o promotor.
Além disso, Antonio Marcos deu um depoimento completamente fidedigno. Ele diz que viu a Tatiane montada a cavalo no parapeito e uma das pernas pra fora e Luis Felipe brigando com ela. Diz que ele puxa Tatiane e os dois caem. Depois ele volta na sacada e faz negativa com a cabeça, com certeza ele viu o Antonio Marcos, porque era a única pessoa fumando lá fora.
Marcus sai pra fumar e ouve discussão. Liga para o pai que o manda ligar à polícia. Então ouve o baque. A acusação ainda considera que o síndico foi tratado como criminoso e que foi para adulterar o local do crime – atender os moradores.
Acusação encerra participação e sessão é suspensa por 10 minutos.
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