22/08/2023
Esportes

Adeptos de esportes radicais se transformam numa grande família

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Por Cristina Esteche com fotos de Lizi Dalenogari

O esporte reúne e forma uma imensa família, com pessoas espalhadas pelo Brasil afora. O ponto de encontro de  adeptos de modalidades como o motocross e o Drift Trike, acontece semanalmente nas competições.

Há 28 anos ela e o esposo passam a maior parte dos finais de semana na estrada e, com o passar do tempo, Angela Marcondes Ávila, administra duas casas, uma delas, itinerante. Além de esposa do motociclista Claudinei, ela é mãe de Bruna, 15 anos, e de Juan, 12 anos, também adeptos do motocross.

“A nossa vida é entre a estrada e a pista e eu acho isso maravilhoso e amo muito tudo isso que não consigo me ver fora desse estilo de vida”. 

Também empresária do ramo de motocicletas, o esporte radical está no DNA da família. Juan começou a participar de campeonatos aos três anos e meio de idade e hoje já está mudando de categoria. A Bruninha também começou cedo, com 12 anos e desde os 15 participa de competições”.

Com o motorhome estacionado no Parque Recreativo Jordão, onde aconteceu o Campeonato de Motocross Taça Cidade de Guarapuava, no último domingo, a família reencontrou amigos, companheiros de estrada e de competições. “Como a gente se encontra em campeonatos há muito tempo acaba se transformando numa grande família”.

Dentro do motorhome, a organização é a regra. Apesar do espaço limitado, a Família Ávila possui tudo o que precisa: fogão, geladeira, mesa, quartos, banheiro. “Eu faço tudo aqui dentro e cuido desta casa com o maior zelo. O meu sonho está aqui”, conta.

Os troféus conquistados no campeonato podem ser vistos  na mesa postada ao lado da “casa sobre rodas”. Mas outros dividem espaço entre a outra casa, a loja e a oficina da família. De acordo com Angela, Claudinei é tricampeão paranaense e oito vezes campeão da Copa Oeste; Juan está na briga pelo Paranaense, posição que divide com outros dois competidores; e Bruna é a primeira no Paranaense Feminino.

Apesar de todas essas conquistas os campeões se ressentem com a falta de patrocínio. “Tudo é bancado por nós, embora os custos sejam muito altos, mas compensa porque a Bruna não me causa preocupação com badalada, com bebidas alcoólicas. Vive para o esporte”, diz.

Assim como a Família Ávila, Jackson Sell e o filho Gustavo, o Dunga, também dividem a adrenalina do esporte radical. Adeptos do motocross, eles também acumulam vitórias e celebram a amizade. “É muito bom, é uma questão de união, companheirismo, parceria”, diz Jackson.  “Dentro da pista é uma competição saudável. Fora, é uma amizade sem fim”, completa Dunga.

Para Adriano Kostiuk, 40 anos, o competidor mais velho da etapa paranaense de Drift Trike, em Guarapuava, o esporte também é sinônimo de união e de amizade. “Eu sou adepto desse esporte desde o tempo do carrinho de rolimã, porque este esporte une as pessoas, a família. É pai, mãe, filho, todos juntos”, diz o morador de São José dos Pinhais. “Estou hospedado na casa de uma pessoa que não conhecia. Quando cheguei ele disse: ‘minha casa, tua casa’. É uma amizade pro resto da vida”. Segundo Adriano, o ambiente é saudável. Aqui não entra nenhum tipo de droga; não existe nenhuma bronca. O máximo que tomamos é uma cervejinha”. 

Cristina Esteche

Jornalista

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