Da Redação, com Notícias ao Minuto
Curitiba – Um adolescente de 16 anos morreu em uma escola estadual ocupada em Curitiba, na tarde desta segunda (24). A morte foi confirmada pela Secretaria da Segurança do Paraná. Policiais militares e civis estão no Colégio Estadual Santa Felicidade, realizando interrogatórios para apurar o que aconteceu.
Somente os pais do aluno e de alguns outros estudantes foram autorizados a entrar. "Esse colégio estava numa verdadeira paz", disse a professora Loren Júlia, 45, que dá aulas de Português na escola e visitou a ocupação nas últimas semanas.
"Têm todas as regras na entrada.Um cartaz em frente ao colégio diz: "Proibido artigos ilícitos dentro da instituição. Favor deixar na portaria. Não resista."
Algumas televisões locais conseguiram imagens que mostram uma faca e manchas de sangue dentro do colégio, mas não há informações oficiais a respeito. Cerca de 800 escolas estão ocupadas no Paraná por estudantes que protestam contra a reforma do Ensino Médio. O colégio em que a morte ocorreu está ocupado há cerca de 20 dias. Um grupo de advogados que trabalha voluntariamente para as ocupações reclamava que estava impedido de entrar na escola. Eles afirmam que alunos estão sendo ouvidos sem a presença de um defensor.
"É Estado de exceção; Estado policialesco", disse a advogada Tânia Mara Mandarino."Esse colégio não tem faca, não tem armas. A culpa dessa morte é do Governo do Paraná, que está incitando a violência contra as ocupações", completou.
A Secretaria da Segurança informou que está tratando o caso como prioridade absoluta.
OCUPAÇÕES
As ocupações em escolas paranaenses começaram no início de outubro em protesto contra a medida provisória do governo Michel Temer (PMDB) que prevê a reforma do Ensino Médio.
A medida prevê a flexibilização do currículo, com disciplinas optativas, nas redes pública e particular. Também visa incentivar a expansão do ensino integral. Uma das principais polêmicas envolveu a retirada da exigência de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia nessa etapa do ensino. O governo diz, porém, que elas estarão contempladas, já que a Base Nacional Comum Curricular, que ainda está em discussão, dará essas diretrizes.
A movimentação estudantil no Paraná se soma a uma greve dos professores do ensino básico e das universidades do Estado. Os docentes reagem ao pedido oficial do governador Beto Richa (PSDB) à Assembleia Legislativa do Paraná para que os deputados estaduais aprovem mudanças em uma lei condicionando o reajuste salarial anual à "comprovada disponibilidade orçamentária e financeira". Com informações da Folhapress