Agente penitenciário mantido refém é liberado no Paraná, após 16 horas

O agente da Penitenciária Central do Estado (PCE) em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, que foi mantido refém durante 16 horas, foi liberado na manhã desta quinta-feira (15). Ele só foi liberado porque a exigência dos presos, de serem transferidos para o interior do estado, foi atendida. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), 18 presos foram levados logo cedo para Londrina e Maringá, na região norte, e para Foz do Iguaçu, no oeste.

O agente foi abordado às 16h de quarta-feira (14). De acordo com a Seju, por volta das 17h30 as negociações já estavam avançadas, mas eram necessários definir alguns detalhes. Na ala em que houve o motim, há 240 presos. Já em todo o presídio, são 1.479 detentos – até a transferência dos 18. A capacidade da PCE é para 1.480 presos. Ninguém ficou ferido durante a ação.

Apesar de terem o pedido atendido, os presos estão sujeitos a agravamento de pena. O Departamento de Execução Penal do Estado do Paraná (Depen) irá informar ao Judiciário sobre o motim, e o juiz irá analisar a questão disciplinar. Os rebelados chegaram a pedir que o Depen assinasse um compromisso de que os presos não seriam punidos, mas, como isso cabe ao Judiciário, este aspecto não entrou na negociação.

A PCE não foi o único cenário de motim do sistema penitenciário paranaense. Terminou nesta madruga, por volta das 1h, ação similar no Centro de Regime Semiaberto Feminino de Curitiba.  Duas penitenciárias foram feitas reféns pelas presidiárias, que exigem o mesmo tratamento recebido pelas presas lotadas na Colônia Penal Agrícola, em Piraquara.

Entre as reivindicações está disponibilidade de assessoria jurídica e médica, entrada de sacolas enviadas pelos familiares e kit de higiene pessoal. Enquanto no Centro de Regime Semiaberto Feminino de Curitiba existe restrição quanto ao que pode ou não entrar na unidade, na Colônia Penal, apesar de haver controle, não há limitação.

Na tentativa de resolver o impasse, foi marcada para as 14h desta quinta-feira uma reunião entre a líder das presidiárias e o diretor-geral do Departamento de Execução Penal (Depen), Cezinando Vieira Paredes. Um representante da Defensoria Pública do Paraná deve estar presente.

Outro caso
Na quinta-feira (9), um agente penitenciário também foi feito refém por presos na Penitenciária Estadual de Piraquara II (Pep II) pela mesma razão. Ele foi mantido como refém durante seis horas por cerca de dez presos e foi liberado sem nenhum ferimento. Os presos estavam reivindicando transferências para outras regiões do Paraná e outros estados brasileiros. Com o acordo, seis presos deixaram o local e foram transferidos para unidades penitenciárias das regiões de Foz do Iguaçu e de Maringá.

Protesto
Agentes penitenciários de Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Piraquara fizeram uma manifestação na manhã desta quarta-feira no Complexo Penal de Piraquara. Os profissionais reivindicaram pela diminuição do número de detentos nos presídios, além da contratação de mais agentes, médicos e psicólogos para atender os presos.

Fonte: G1