Lizi Dalenogari, da Redação
Os cerca de 140 agentes de Guarapuava que aderiram a greve dos trabalhadores penitenciários neste sábado (23), criticam a omissão do Governo do Estado frente aos sérios problemas que o sistema penitenciário vem enfrentando em todo o Paraná.
A intenção da Greve é pressionar o governo até que atenda as necessidades essenciais para que o trabalho seja executado com segurança. “Após a rebelião da PIG não recebemos nenhum tipo de investimento do Estado. Estamos funcionando graças as doações do Conselho da Comunidade e do Conselho de Segurança. Dependemos da ajuda da comunidade guarapuavana para continuarmos desenvolvendo minimamente nossos trabalhos”, destaca o agente André Vieira de Souza, delegado Sindical da PIG.
A falta de investimentos e valorização da categoria levou a PIG a fracionar as visitas dos familiares aos presos e não só. “Os familiares tem que trazer desde sabonete, colchão, cobertos, roupas de cama, e até vestuário. Há muito tempo que isso vem ocorrendo, agravando a situação dia após dia. O governo simplesmente abriu mão de uma obrigação que é dele e jogou para as famílias, a maioria sem a mínima condição para isso”, enfatiza André.
Em menos de 6 meses os agentes penitenciários de Guarapuava, já passaram por duas situações dramáticas. Primeiro a rebelião em outubro de 2014 que ganhou repercussão internacional, e logo após, a execução do agente penitenciário Marcelo Fernando Pinheiro, no Centro de Regime Semi Aberto (considerado o maior afronto já visto no setor no Paraná).
Até agora os agentes convivem com a omissão do Governo do Estado para tratar ambas as situações. “A nossa penitenciária nem deveria ser chamada mais de Industrial pois deixou de ser durante a rebelião. A reconstrução não ocorreu e nem sequer tem previsão para iniciar”, conta o delegado sindical.