22/08/2023


Agora como clube social, área do Grêmio poderá ser vendida

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O time que fez história no futebol de Guarapuava ficou no passado, se transformou em clube social privatizado e a área que já sediou o Estádio Bororó, posteriormente, Estádio Romeu Bastos, poderá ser vendida a incorporadoras. O valor orçado é de R$ 12 milhões. Atualmente 31 empresários são proprietários da área de 20 mil metros quadrados, localizada à rua Engenheiro Rebouças, no bairro Batel. A venda está a um passo. Além de já ter compradores interessados, o estatuto da entidade libera a venda quando o quadro de associados tiver 30 membros. Portanto, basta sair apenas um para que a transação imobiliária possa ser realizada. “Isso não significa que o Grêmio vai acabar, mas apenas ser transferido para outro local”, disse Geraldo Dangui, um dos cotistas do imóvel e que presidiu a entidade por um longo período.

Quadra do ginásio (foto: Divulgação)

Segundo ele, o grupo ampliado assumiu o controle em 1990 com a construção da sauna, piscina. O Grêmio possuía então dois mil associados. “Foram os empresários Renato e Eduardo Kuster e João Anciutti que continuaram com o clube”, disse um dos cotistas Geraldo Dangui. Nesse período foram quitadas as dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e outros débitos. “Os empresários assumiram o Grêmio para dar continuidade ao projeto, melhorar a estrutura física E hoje é o único clube da cidade que possui todas as certidões negativas e que, portanto, não deve nada”. Além da reforma do muro, do ginásio de esportes, há projetos para novos investimentos.

Com ocupação diária, a partir das 18 horas, o Ginásio de Esportes, é hoje a vedete do clube que já foi campeão no campo. Fundado a partir de uma dissidência do Guarapuava Esporte Clube, por Romeu Bastos, o Tio Capa, e Renato Kuster – ambos já falecidos – surgiu então o clássico Gre x Gua, partidas memoráveis entre o Grêmio e o Guarapuava Esporte Clube. Uma das partidas inesquecíveis foi o primeiro clássico entre as duas equipes.  “O Grêmio ganhou por dois a um, e o gol da vitória foi marcado pelo Sarandi”.

A partir daí o Grêmio sobressaiu-se e participou de campeonatos paranaenses na década de 60. Revelou bons goleiros, Joãozinho, Leves e Ladel; zaqueiros, Alvaro e Zequinha; e o meias, Serelepe, Gijo e Neiva,  Albano. Também fizeram parte da equipe,  os atacantes Xereta, Valter, Carlinhos. Ainda como  Estádio Bororó, em amistoso, lá jogou Mané Garrincha, entre outros. O principal dirigente do clube foi Romeu Loures Bastos, inesquecível “Tio Capa”. Também contou com o trabalho voluntário de Nonô Ribas, Rio Azul e Francisco Carneiro Martins, que foi o orador na primeira diretoria encabeçada por Arthur Scheidt.

Campo antigo (Foto: Blog do Pato)

No campo, protagonizou grandes partidas colecionando 20 títulos amadores; fora, foi notícia pelas pancadarias. Foi campeão na Segunda Divisão em 1968 e em 1970 só não foi campeão por causa de uma briga com o Coritiba. “O Grêmio jogava pelo empate e no primeiro tempo o Coritiba já marcava dois gols. No segundo tempo o paraguaio Agapito entrou e fez dois gols para o Grêmio. Numa jogada o Álvro (Mattos), que tinha vindo do Vasco, matou a bola no peito e o juiz deu pênatlti. O Leocádio chutou e o goleiro Levis pegou. O juiz mandou voltar e aí começou a pancadaria”, narra Geraldo Dangui.

A decisão foi para o tribunal e o Grêmio perdeu o título. “Nesse jogo veio ônibus de Curitiba lotado de policiais”, relembra.

Já em 1972 foi campeão feminino de handebol nos Jogos Abertos do Paraná. “Somos o clube que mais possui títulos no amador, júniores e júnior em Guarapuava”.

Cristina Esteche

Jornalista

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