A produção paranaense de grãos pode chegar a 37,1 milhões de toneladas, 5% a mais em relação à safra anterior. É o que aponta o relatório da safra 2018/2019 divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. E um dos destaques da Região de Guarapuava é a produção de cevada.
O Paraná é o maior produtor de cevada do Brasil. Os dados do relatório mensal mostram que área segue semelhante à safra 17/18 com 56 mil hectares, mas a produção deve aumentar 16%, de acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Rogério Nogueira.
Na safra passada, foram produzidas 220 mil toneladas. Agora, a estimativa de produção é de 255 mil. Cerca de 31% da produção já está comercializada. Em Guarapuava, que é o principal produtor, os agricultores já comercializaram 50% da produção. O plantio começa em junho.
MILHO SEGUNDA SAFRA
Segundo o Deral, o milho pode representar 17% do total nacional na safra 2018/2019. O Estado ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de produção do grão, que é de aproximadamente 95 milhões de toneladas.
De maneira geral, as estimativas mostraram pequenas variações na comparação com o mês passado, com redução de 12% na produção de grãos de verão, por força da perda da safra de soja. Além disso, reduziu a expectativa de produção do milho safrinha, mas mesmo assim deve superar 13 milhões de toneladas.
Com a relação à cultura do trigo, a área de plantio confirmou-se menor em relação à safra passada. “Porém, as estimativas em termos de produção de grãos desta safra ainda superam a do ano anterior”, diz o chefe do Deral, Salatiel Turra.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, a safra paranaense ainda pode ser representativa. “Mesmo nesse contexto difícil, com clima bastante estável neste ano, temos uma avaliação positiva da nossa safra, na mesma linha da safra brasileira, que tende a ser a segunda maior da história”, disse.
FEIJÃO SEGUNDA SAFRA
O feijão da segunda safra está 50% colhido e a estimativa é de uma área 8% maior à do ano passado, chegando a 230,6 mil hectares. Cerca de 76% das lavouras apresentam boa qualidade. Na região Sudoeste, no entanto, a chuva dos últimos dias deve trazer perdas, mas não muito acentuadas.
A produção, inicialmente projetada em 430 mil toneladas, reduziu para 409 mil toneladas, mas houve aumento de 33% de aumento na produtividade esse ano, com relação ao ano passado. Hoje, a saca de 60 kg de feijão preto é comercializada por R$ 115. No mesmo período de 2018, o valor era R$ 116. No feijão de cor, a diferença é de R$ 27 de 2018 para 2019. Neste ano, a saca de 60 kg é comercializada por R$ 130.
TRIGO
Tanto a área quanto a produção de trigo mantiveram os índices anteriores. A estimativa de área está em um milhão de hectares, e a produção esperada para a safra 18/19 é de 3,2 milhões de toneladas. Cerca de 60% da área está plantada até o momento, resultado bastante superior ao do ano passado, quando a seca atrasou o plantio.
A saca de 60 kg de trigo é comercializada a R$ 46,50, preço 10% superior ao mesmo período de 2018. Porém, o custo também teve um aumento significativo, gerando uma redução de área de 9%, na comparação com a safra passada.
MILHO SEGUNDA SAFRA
O Norte do Estado está em alerta com uma estimativa de produção que pode ficar abaixo da média, em decorrência da falta de chuva. Por outro lado, as demais regiões do Paraná estão acima da média. A expectativa para a segunda safra de milho é de 13 milhões de toneladas, 42% superior à do ano passado, com a área mantendo-se em 2,2 milhões de hectares, um avanço de 7% na comparação com a safra anterior, quando atingiu 2,1 milhões de hectares.
Mesmo com o impacto causado pelo clima na região Norte nos últimos dias, a produção total de milho ainda tende a ser satisfatória, chegando a 16 milhões de toneladas. A safra 17/18 atingiu 12 milhões de toneladas. Os preços registraram queda de 20%. Hoje, a saca de 60 kg de milho no mercado interno é comercializada por R$ 25. No mesmo período do ano passado, o valor era de R$ 32.
SOJA
O relatório do Deral confirma as projeções de área e produção para a soja paranaense de 16,2 milhões de toneladas, com previsão de quebra de 17%, aproximadamente 3,4 milhões de toneladas. O excesso de calor e a falta de chuva foram determinantes para esse índice, diz o relatório.
A comercialização está próxima de 52%, o que equivale a pouco mais de 8 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, o índice era de 61%. Isso comprova que o produtor de soja freou a venda na expectativa de melhora nos preços.
Tanto o atraso no plantio norte-americano quanto o impasse comercial entre Estados Unidos e China contribuíram para a queda do preço internacional, com impacto no mercado nacional. Na semana passada, os preços registraram queda de 12% comparativamente ao mesmo período de 2018. Atualmente, a saca de 60 kg de soja é comercializada por R$ 66.