Da Redação
Guarapuava – A estiagem que já dura 40 dias em Guarapuava e região é a mais forte dos últimos 20 anos, durante o mês de julho. Para se ter uma ideia, a média de chuva nesse período vinha sendo de 134 milímetros de precipitação, contra apenas 2,8 milímetros neste ano, de acordo com o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Dirlei Manfio. “Nunca tivemos um mês de julho tão seco e se não fosse a garoa que caiu na terça [25] seria a primeira vez que julho passaria no seco”.
As preocupações com as culturas de inverno, principalmente o trigo e a cevada, seriam maiores caso em junho não tivesse chovido. Segundo relatório do Deral, nesse mês registrou 100 milímetros de chuva. Julho também registrou dois dias de geadas fortes com temperaturas negativas. “Nos dias 18 e 19 tivemos geadas pretas e no dia 18 a temperatura registrada foi de -6°C com sensação térmica de -10°C, prejudicando a pastagem”. Esse fator poderá influenciar nos preços do leite e da carne.
A falta de chuvas – e não há previsão para os próximos dias – já prejudica as lavouras de trigo e de cevada. “Essas culturas estão sentindo a falta de umidade. A germinação não foi adequada e não estão se desenvolvendo como deveriam. O produtor também não conseguiu fazer a aplicação da adubação nitrogenada [ureia]”.
De acordo com Manfio, atualmente não tem como prever qual será o índice de perda dos produtores, mas a situação já é preocupante, uma vez que o potencial inicial já está comprometido e se agrava a cada dia que passa sem chuva.
Segundo Manfio, nos 12 municípios atendidos pelo Núcleo Regional da Seab, na região de Guarapuava, foram plantados 40 mil hectares de trigo, com produção estimada de 168 mil tonelada, e 29 mil hectares de cevada, com previsão de colheita de 146 mil toneladas.