22/08/2023

Ah! O Festival

A Universidade Estadual do Centro-Oeste sedia mais um Festival da Arte Folclórica. O que chama a atençao é que a cada ano que passa, o evento, que já foi internacional  trazendo a Guarapuava o Balé do Senegal e outros grupos mundiais, enfraquece.

Para quem acompanhou a evolução do Festival, que começou tímido ainda no Clube Guaíra, pelas mãos da professor Elizabeth Quevedo, fomentando o surgimento de grupos étnicos, movimentando a cultura da cidade, o que acontece atualmente, é lamentável.

As pessoas engajadas na cultura lembram muito bem do auditório lotado, da concorrência saudável entre os grupos folclóricos, cada um procurando fazer o melhor para mostrar um pouco da cultura ancestral, da cultura do seu país, quer fosse na riqueza da dança, dos trajes, da culinária, promovendo um mergulho na história internacional.

Não dá para esquecer das apresentações do polonês Serce Polski, da Colônia Árabe tão bem conduzida por Elizabeth Karam – que já não está entre nós, da Colônia Japonesa, do misticismo afro do Utamaduni, do espanhol Embrujo Andaluz, do ucraniano Odessa, dos Suábios do Danúbio, do italiano Ãnima, do português Sonhos de Além Mar. Grupos esses que enriqueceram a extinta Festa das Nações, a também extinta Festa da Vodca. Já não ouço mais falar no Jantar Italiano do Ãnima e tantas outras iniciativas culturais que Guarapuava já teve. Se existem, assim como o Festival da Arte Folclórica, se resumem a eventos isolados, sem repercussão na mída, por falta de divulgação, por falta da pauta chegar até as redações.

Ao saber que o festival ainda existia, e isso foi possível por causa de release da Prefeitura sobre a participação das escolas municipais no festival, busquei a programação. Percebi que dos grupos a que me referi acima, uns poucos resistem e insistem. E a eles os nossos aplausos, pela coragem, pelo amor, pela determinação e, acima de tudo, pela doação. Vamos torcer para que se fortaleçam e não entrem no famoso rol do “Guarapuava já teve”. Para não cometer injustiça me reporto à Betinha Ribas, uma das batalhadoras do Departamento de Cultura da Unicentro e uma guerreira que doa a sua força para que o Festival, mesmo perdendo força, não deixe de acontecer.

Cristina Esteche

Jornalista

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