Brasília – Enquanto a taxa de detecção de Aids apresenta queda no Brasil, a epidemia cresce entre os jovens, apontam dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Em 2004, a taxa de detecção da doença entre pessoas de 15 a 24 anos era de 9,5 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2014, esse índice passou para 13,4 casos a cada 100 mil habitantes – aumento de 41% no período. Já o número de casos notificados nessa faixa etária passou de 3.419, em 2004, para 4.669 no último ano, aumento de 37%.
O crescente avanço da epidemia entre os jovens preocupa o governo. A suspeita é de que muitos têm deixado de se prevenir contra a doença. "É uma juventude que é mais liberal que a dos anos 80 e 90, e que não viveu o momento mais dramático daquelas décadas em relação a Aids", afirma o diretor de DST/Aids no Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
A taxa entre os jovens cresce na contramão dos dados da população geral. No país, a taxa de detecção da Aids atingiu no ano passado 19,7 casos a cada 100 mil habitantes – uma queda de 6% em relação a 2004. Para o governo, o incentivo ao diagnóstico e a maior adesão ao tratamento têm colaborado para a estabilidade e leve redução dos índices.
Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de diminuir a carga viral e torná-la indetectável – o que reduz o risco de transmissão do vírus HIV. Hoje, a estimativa é que 781 mil pessoasvivam com o vírus no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.