Um problema que vem sendo anunciado a cada temporada de chuva há mais de 40 anos volta a se repetir na periferia de Guarapuava. Os córregos e rios transbordam e alagam as casas nas proximidades.
“Todo ano é a mesma coisa. Já fizemos abaixo-assinados e continuamos sem respostas. Isso já fazem 4 anos, mas eu moro aqui há 33 anos e convivo com essa situação desde que mudei para cá”, diz um dos moradores. “Eu não vou dar o meu nome porque já levei muito na cara por reivindicar o nosso direito”, afirmou. Esse problema pode ser constatado na Rua Ernesto de Queiróz na Vila Carli. Nos fundos de uma das casas é possível ver dois veículos com água pela metade. “Já molhou os dois motores e sei que perdi os carros. E quem vai pagar o meu prejuízo”, questiona o proprietário.
Próximo a esse local na Rua Almirante Barroso o problema se repete. “Não estamos podendo sair de casa. As crianças levam roupa para trocar na escola porque não podem faltar”, diz uma mãe enquanto aguardava os filhos retornarem para o almoço. “Estamos abandonados. Passa prefeito, entra prefeito, mas a nossa situação continua a mesma”, diz.
"Vamos na Prefeitura e mandam nós sair daqui. Querem trocar nossas casas por lotes na Residencial 2000 ou no Jardim das Américas. Mas aqui nossos filhos tem escola perto de casa. Eu trabalho por aqui. Tudo o que tenho construí há anos. Como vou poder largar tudo?” questiona outro morador. “Eu vou aterrar tudo aqui e daí não adianta virem aqui falar que é proibido. Deveriam proibir vender lotes nessas áreas”, observa outro.
De acordo com o diretor-presidente da Surg, Sandro Alex Russo Valera, esses locais na Vila Carli são fundo de vale e não há muito que se possa fazer. “A solução seria a remoção dessas famílias para outro local”, afirma o engenheiro.
De acordo com Valera, outra área que alaga nessa mesma região é na BR 277 onde empresas estão instaladas .”Tem uma delas que já ficou debaixo da água por duas vezes”, diz. Ali o problema é fácil de ser solucionado. “O bueiro é menor do que deveria ser e acaba estrangulando e inundando o lugar. Mas ali não é fundo de vale e nem banhado”, observa. Segundo Valera, a concessionária Rodovia das Cataratas já foi notificada e aguarda licença ambiental para iniciar a obra de ampliação do bueiro.