Não é por acaso que o Campeonato Alemão lidera a média de público na Europa desde a temporada 2004/2005 (quando superou a Premier League) e está atraindo mais de 44 mil pessoas por ano nesta edição. A Alemanha é o país que trata melhor os torcedores, uma realidade bem diferente da que se vê no Brasil.
A média de pagantes está em 44.335, a segunda maior da história da competição – em 2011/2012 foi estabelecido o recorde, com 45.116. O número desta temporada é 6,3% maior do que o da passada. O Campeonato Inglês, que ocupa o segundo lugar no ranking, registra média de 38.021 pagantes por jogo, aumento de 5,7% em relação à edição anterior. Os dois campeonatos têm média de ocupação dos estádios superior a 90% da capacidade (no Brasileirão, que este ano teve em média 15.975 pessoas por partida nos estádios, essa taxa é de 41%), mas o Alemão tem uma grande vantagem: o preço médio de seu ingresso é muito mais barato, o que permite o acesso de torcedores menos abastados.
Para ver um jogo da Bundesliga o torcedor paga em média 31 euros (R$ 114), ao passo que para entrar num estádio na Inglaterra o valor médio do bilhete é de 70 euros (R$ 259). O Borussia Dortmund, que leva em média 80 mil pessoas aos seus jogos, cobra de 16 a 64 euros (R$ 59,2 a 236,8). No Allianz Arena, do Bayern, as entradas custam de 15 a 70 euros (R$ 55,5 a 259). E não sobra um ingresso em nenhuma partida desde a temporada 2007/2008. Quem adquire o carnê com ingressos para todos os jogos em casa no campeonato paga em média 8 euros (R$ 29,6) por partida.
No último Brasileirão, embora o salário mínimo aqui não chegue a 20% do valor do alemão (R$ 937 contra R$ 5506), sete clubes tiveram o preço médio do ingresso acima desse valor: Corinthians (R$ 57), Palmeiras (R%$ 58), Grêmio (R$ 34), Vasco (R$ 37), Flamengo (R$ 48), Santos (R$ 33) e Atlético-GO (R$ 31). E apenas cinco times tiveram ocupação do estádio igual ou superior a 50%: Corinthians (84%), Palmeiras (69%), São Paulo (59%), Atlético-MG (52%) e Santos (50%). O Flamengo teve 49%. Os cinco maiores públicos do campeonato, todos em jogos do São Paulo, foram em partidas em que o preço médio dos ingressos ficou abaixo de R$ 30.
Os estádios alemães preservam a “geral”, setor em que as pessoas acompanham o jogo em pé, e isso ajuda a reduzir o valor médio do ingresso. E não falta conforto, porque são estádios novos ou reformados (a média de capacidade nesta edição do campeonato é de 48,8 mil pessoas, a maior da Europa). No Brasil das “arenas padrão Fifa” os setores populares estão sendo extintos, e o público que frequentava as gerais têm cada vez menos chance de ver um joguinho de perto.
Na Inglaterra, uma medida elogiável é a fixação do preço do ingresso para os visitantes em 35 euros (R$ 129,5). Isso impede que o mandante jogue o preço lá em cima para desestimular a presença de torcedores do adversário, como costuma acontecer no Brasil.
Os alemães também se preocupam em facilitar a chegada do público ao estádio. Quem tiver o ingresso na mão não paga nada para utilizar o transporte público. Por aqui, uma preocupação para quem vai à Arena Corinthians numa quarta-feira à noite é chegar à estação antes da passagem do último trem do metrô – é comum ver pessoas deixando o estádio dez ou 15 minutos antes do encerramento da partida para não correr risco de ficar sem transporte.
Se no campo a Alemanha ganhou por 7 a 1, no tratamento ao torcedor o placar é ainda mais dilatado.
MÉDIA DE PÚBLICO NO CAMPEONATO
Alemanha – 44.335 pagantes
Inglaterra – 38.021
Espanha – 27.175
Itália – 24.481
França – 21.859
Brasil – 15.975
(Fonte:Chuteira.FH)