A falta de itens básicos de higiene íntima afeta a vida de mulheres e meninas diariamente. Muitas vezes sem acesso a absorventes, papel higiênico, água tratada e banheiros adequados, passar pelo ciclo menstrual se torna um pesadelo. Por isso, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou uma lei de combate à pobreza menstrual, como é chamado esse problema.
Dessa forma, a legislação prevê ações que garantam a saúde básica menstrual, como a distribuição de absorventes íntimos. A dificuldade de acesso a esse item afeta até 40% das mulheres e deixou de ser apenas uma questão pessoal. É um problema de saúde pública e também de educação.
Além disso, a dignidade menstrual é o foco da Lei 20.717/2021 aprovada pela Alep. Assim, o texto garante a adoção de medidas de combate à esse problema e a promoção de ações que garantam a saúde básica menstrual das pessoas com útero ativo.
Conforme a Alep, a partir do primeiro semestre de 2022, o Governo do Estado fará a distribuição gratuita de absorventes descartáveis para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Assim, ocorre a destinação de R$ 2,5 milhões para o combate à pobreza menstrual, aprovada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente.
DIGNIDADE FEMININA
Uma pesquisa feita por uma indústria multinacional do setor de higiene pessoal revelou que 40% das mulheres são afetadas ou conhecem alguém que é afetada pela pobreza menstrual. Sem acesso aos itens básicos, muitas mulheres colocam a própria saúde em risco ao utilizar algodão, toalhas de papel, toalhas de tecido, jornal e até miolo de pão para conter a menstruação.
Além disso, a mesma pesquisa mostra que no período de um ano 28% das mulheres tiveram infecções urinárias ou cistite, 24% tiveram diagnostico de candidíase. Bem como, 11% com infecções por fungo e 7% com infecções bacterianas.
EDUCAÇÃO
Contudo, além de ser um grave problema de saúde pública, a questão também afeta o rendimento escolar das meninas. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que uma a cada 10 meninas em idade escolar falte às aulas em razão da menstruação e da falta de absorventes.
No Brasil, entretanto, o panorama é ainda pior. A pesquisa realizada pela multinacional confirma que uma a cada quatro mulheres já faltou à aula por não poder comprar absorvente. Além disso, quase metade delas, 48%, tentou esconder que o motivo da falta foi por não ter absorvente. Entre as pesquisadas, 45% acreditam que não ir à aula pela falta do item de higiene pessoal impactou negativamente o rendimento escolar.
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