Uma análise preliminar feita na manhã desta sexta (26) das obras inacabadas do Hospital Regional (HR) de Guarapuava mostra 46 inconformidades. Essa parte era de competência da Construtora Indeal que entregou as chaves somente nessa segunda (22).
De acordo com o diretor-geral da Secretaria de Estado da Saúde, Cesar Neves, por conta disso, somente agora o Governo está tendo ciência de como essa parte do HR se encontra. Um dos ‘pontos nevrálgicos’ da obra, conforme Neves, está no Centro Cirúrgico. No espaço destinado à esterilização dos instrumentos utilizados em cirurgias, a autoclave está desinstalada.
Não há pias instaladas e nenhum outro móvel que depende de algum tipo de obra. “Não existe hospital sem centro cirúrgico e aqui está tudo parado”. Conforme Neves, o telhado sobre as salas de cirurgias está em desalinho. Por conta disso, quando chove a água escorre para dentro do centro de operações. ”
As telhas foram colocadas invertidas. Calhas e rufos estão soltos”. Ainda há espaços lacrados com tapumes. As chaves também não foram entregues.
CONSTRUTORA NÃO CUMPRIU TAC
Neves disse que durante a obra, a Sesa acompanhou a fiscalização feita pela Secretaria das Cidades, antiga Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedu). “A fiscalização foi feita, os problemas foram detectados, mas a construtora não cumpriu. Por conta disso foi assinado o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que também não foi cumprido”.
Entretanto, os problemas não param por aí. Há portas fora de padrão, fiação elétrica inadequada, infiltrações, entre outras irregularidades. Conforme Cesar Neves, um relatório encontra-se em elaboração. A partir da conclusão, a Fundação Estatal de Atenção à Saúde do Paraná (Funeas), assume a obra.
Além disso, a Funeas possui dois editais abertos para contratação de profissionais para a área assistencial e empresas médicas para prestação de serviços. Ao todo, mais de 50 novos profissionais deverão ser contratados para o hospital. Nos próximos meses haverá a implantação de pequenas cirurgias. Posteriormente, a abertura de atendimento cirúrgico, ortopédico e de trauma, podendo chegar a 150 leitos.
Hoje a entidade é a responsável pela administração do hospital. “A nossa prioridade é concluir a obra e ampliar o atendimento. Vale lembrar que desde a pandemia o hospital não parou de atender”.
HOSPITAL DE CAMPANHA
A obra iniciada em 2015 possui 16 mil metros quadrados. Aberta parcialmente de maneira emergencial para atendimento a Covid-19 em 2020, registramais de 3,6 mil atendimentos até junho de 2022. A partir de então passou a ter gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Paraná (Funeas).
Quando assumiu o hospital, a Funeas disponibilizou 20 leitos de enfermaria para atendimento de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). Conta atualmente com 50 leitos. Desses, 40 enfermarias e 10 Unidades de Terapia Intensiva (UTI), somando mais de dois mil atendimentos até agora.
Inaugurado em 2020 para atendimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), durante a pandemia a unidade assumiu posição de referência para o tratamento de covid-19. Passado o período mais grave da pandemia, os leitos exclusivos para os casos da doença foram desativados e o hospital iniciou a fase de atendimentos gerais.
De acordo com Neves, a partir do momento em que haja a conclusão dos reparos que faltam, a intenção é começar as cirurgias eletivas. “Hoje essa é a maior demanda no Estado. Mas antes precisamos garantir a qualidade do atendimento com segurança hospitalar”.
Conforme o diretor geral da Sesa, quando se trata de obras é difícil falar em prazo de conclusão. Mas assegura que a brevidade para a entrega à população será priorizada.
PRESENÇAS
Participaram da visita o presidente da Funeas, Marcello Machado; o diretor de Obras da Sesa, Adilson Silva Lino; o diretor de Unidades Próprias da Sesa, Guilherme Graziani. Assim como Rosângela Padilha Pereira Viante (diretora da 5ª Regional de Saúde de Guarapuava); a diretora de Edificações da Secid, Tatiana Nasser. Além da diretora do hospital, Zilma Correa Daun Camargo.
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