22/08/2023


Geral Guarapuava

Andarilhos que vivem em área ociosa incomodam pedestres

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Da Redação

Guarapuava – A presença de andarilhos numa área ociosa na esquina entre a Avenida Moacir Silvestri e a rua Saldanha Marinho, no Centro de Guarapuava, continua preocupando e prejudicando, principalmente, mulheres.

“Há meses já reclamei aqui mesmo [na RedeSul de Notícias] que deixei de ir à igreja quando anoitece porque já sofri tentativa de assalto por parte de uma das pessoas que fica nesse local”, disse Maria Angélica da Luz à RSN. “Não sei como nenhuma autoridade toma providências porque esses homens ficam ali bebendo, consumindo droga, mexendo com quem passa”, diz Mara de Oliveira.

As duas mulheres foram abordadas pela RSN na tarde de ontem, quinta feira (26), enquanto aguardavam a abertura do sinal do semáforo. “A gente precisa fazer esse caminho todos os dias, porque moramos aqui perto, mas depois das seis [horas da tarde], já fica complicado”, diz Maria Angélica.

Eram 14h de ontem, quando a RSN foi até o local, após receber várias reclamações, e constatou que havia mais de 10 andarilhos no local, bebendo. Porém, não foi possível chegar até eles pelas agressões verbais sofridas.

Um dos integrantes do grupo que estava no espaço, onde há anos existia um posto de combustível, é o cadeirante que assediava mulheres no terminal Estação da Fonte.

De acordo com o psicólogo e especialista em dependência química, Giovani Caetano Jaskulski, tratam-se de pessoas que perdem o vínculo familiar devido a dependência de álcool e outras drogas. “Muitos deles já passaram por tratamento, mas não tem moradias porque são de outras cidades que aqui vem em busca de tratamento e sem ter para onde ir após receberem alta acabam ficando pelas ruas da cidade”. De acordo com Giovani, por serem dependentes e não terem referência familiar e profissional, acabam recaindo e voltando ao estágio inicial da doença.

FALTA CASA DE APOIO

Por oferecer tratamento em centros como o Sim Paraná – próprio para dependentes químicos -, o Centro de Atenção PsicoSocial de álcool e drogas (CAPS AD municipal) e uma rede de comunidades terapêuticas, Guarapuava se torna referência na área e acaba atraindo esse público. Segundo Giovani, a falta de um espaço próprio para a inclusão e reinserção social contínuo, aos moldes de uma moradia assistida, provoca esse tipo de abandono. Sem ter para onde voltar, acabam ficando pelas ruas da cidade.

“Para conter essa demanda existe um pré projeto para a implantação de uma casa de apoio para os dependentes que passaram por tratamento na rede municipal”. Segundo o psicólogo, durante três meses essas pessoas serão acolhidas para que junto com profissionais possam sair em busca de emprego; restabelecer vínculos familiares; independência financeira e recuperarem a condição de cidadão. “É uma questão de preocupação social e que a sociedade deve se preocupar”.

Cristina Esteche

Jornalista

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