Mesmo sob pressão interna no PT, com declarações até do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o deputado federal André Vargas está resistindo o quanto pode à proposta de renunciar ao mandato. Ele tem até as 14 horas desta quarta-feira para decidir. A partir de então, o Conselho de Ética da Câmara Federal começa a analisar a (virtual) possibilidade de instaurar processo disciplinar, o que poderá levar à cassação do parlamentar.
A renúncia seria para atenuar o desgaste eleitoral que o PT sofreria no transcurso do processo, considerando-se que Vargas, além de vice-presidente do Congresso, é um dos principais dirigentes partidários no Paraná e com forte influência nacional. O ex-presidente Lula declarou que, pela posição que ocupa, o deputado tem que ser exemplo.
A licença de 60 dias, solicitada por André Vargas, não diminuiu o impacto das denúncias de que ele estaria envolvido em negociatas com o doleiro Alberto Youssef, que está preso em Curitiba. Caso seja cassado, além de perder o mandato, ficará inelegível por 9 anos. Nem se renunciar escapará dessa condenação, conforme determina a lei da “Ficha Limpa”.
A interlocutores próximos, em uma de suas últimas mensagens por celular, André Vargas teria dito que não irá renunciar.