22/08/2023
Guarapuava Segurança

Ânimos se alteram em segundo dia de julgamento de Manvailer

Depois de uma declaração de Flávio Ladwig, a acusação teria "debochado" da defesa o que causou o desentendimento

manvailer

Julgamento teve segundo dia hoje (5) (Foto: Arquivo/RSN)

Os ânimos se alteraram durante o depoimento da terceira testemunha do segundo dia do julgamento de Luis Felipe Manvailer. Desse modo, por volta das 19h50 a sessão foi pausada por 15 minutos. Depois de uma declaração de Flávio Ladwig, síndico do prédio do edifício onde Tatiane Spitzner morreu, a acusação teria “debochado” da defesa o que causou o desentendimento.

Tudo começou quando Dalledone fazia perguntas ao síndico. É que Flávio se mostrou indignado com um vídeo divulgado em redes sociais. As imagens mostram ele conversando com o casal Ivo e Camila e com um jovem que servia o Exército. A conversa entre eles passou pela leitura labial de uma surda.

Entretanto, o síndico discorda da tradução legendada e pede que o vídeo seja deletado de uma página de Manvailer em rede social. Apela para o filho de oito anos que sofre com comentários sobre as imagens. Flávio entende que o vídeo faz insinuações maldosas contra a conduta profissional dele.

Em resposta, Dalledone disse que entende a situação. Isso porque sabe bem que Luis Felipe foi exposto ao mesmo constrangimento no Jornal Nacional para 40 milhões de pessoas. Todavia, Flávio apela mais uma vez ao dizer que sabe que por baixo da capa do Dalledone “tem um grande coração”.

Assim, essa frase acabou sendo utilizada por Roberto Brezezinski que, de forma irônica, chamou Dalledone de o “homem do coração grandão”. Bastou para que os ânimos se alterassem ao ponto do juiz Adriano Eyng suspender a sessão do julgamento por 15 minutos.

CONTRAPONTOS

O depoimento do síndico Flávio Ladwig teve muitos questionamentos por parte da acusação, da defesa e dos jurados. Foram questões sobre a ordem policial para a limpeza da recepção e do elevador, vazamento de imagens das câmeras de segurança.

O relacionamento de Flávio com Max Spitzner, cunhado de Fernando Borazo, ex-sócio de Flávio também pautou as perguntas, principalmente da defesa. As respostas do síndico mostram-se confusas. Ora ele disse que não conhecia Max, que é irmão do pai de Tatiane. Ora disse que o admira por ser um grande contador da cidade. Entretanto, a defesa comprovou que ambos são amigos em redes sociais.

RETORNO DA SESSÃO

Ao retornar a sessão, a defesa apresentou uma maquete. Além disso, mostrou imagens de uma emissora de tevê estadual exibindo imagens de agressões de Manvailer contra Tatiane no elevador. O âncora do programa repete várias vezes que conseguiu as imagens com exclusividade, cedidas pelo síndico do prédio.

Contudo, Flávio nega. Ainda durante a sequência, ele afirma que no momento da ocorrência não sabia quem era a vítima, já que o cadastro de moradores fica numa das empresa dele.

SEGUNDO DIA

Desde o início do julgamento ontem (4), a postura da defesa do réu preso surpreendeu. Diferentemente do que se viu no dia 10 de fevereiro, os advogados se mostraram dispostos ao diálogo. Embora a acusação tenha se mostrado indisposta com a morosidade do interrogatório, a defesa diz que se penitenciou sempre que houve orientação do juiz.

Ao final, Manvaliler se despede da mãe que assiste o julgamento, com um aceno de mãe. Acompanhada por um advogado da banca de defesa, a mulher tenta se aproximar do filho. Mas não dá tempo. Ele é retirado por policiais. A sessão foi suspensa às 21h e recomeça nesta quinta (6), às 8h30.

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Cristina Esteche

Jornalista

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