Ao completar 70 anos, conselheiro Caio Soares despede-se do Tribunal de Contas

O conselheiro Caio Marcio Nogueira Soares despediu-se do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) na sessão plenária dessa quinta feira (3). No próximo sábado (5), ele completa 70 anos, idade limite para a aposentadoria compulsória, conforme determina a lei. Seu substituto no conselho será um auditor da Casa, escolhido pelo governador Beto Richa, a partir de uma lista tríplice enviada pelo Tribunal.

Ao longo de 13 anos e meio de trabalho – como auditor e, depois, conselheiro -, Caio Soares participou de 983 sessões deliberativas do órgão de controle, nas quais relatou 12.751 processos. Exerceu os cargos de vice-presidente (no ano de 2008) e corregedor-geral do Tribunal (no biênio 2009-2010).

Ao final da sessão extraordinária na qual foram julgadas as contas de 2013 do governador do Estado, os conselheiros e auditores presentes, e também o procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Michael Reiner, destacaram a contribuição do conselheiro para a história do Tribunal. Enfatizaram a inteligência, lealdade e o caráter do conselheiro.

"Seu lugar [no Conselho do Tribunal de Contas] será ocupado por outra pessoa. Mas vossa excelência permanecerá em nossos corações e nossas mentes", resumiu o presidente, conselheiro Artagão de Mattos Leão. "Ele tem profundo senso de justiça e honestidade", completou o auditor Ivens Linhares.

Emocionado, Caio Soares agradeceu a homenagem e também a todos os colegas com quem conviveu na Casa, especialmente as equipes que o auxiliaram ao longo desses anos nos gabinetes de auditor e conselheiro, na Inspetoria e na Corregedoria-Geral. "Trabalhamos com afinco, mas com leveza e alegria. Saio pleno de saudade já na partida."

VIDA PROFISSIONAL

Natural de Porto União, município catarinense na divisa com a paranaense União da Vitória, Caio Soares formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), na turma de 1970. Antes de chegar ao TCE, exerceu atividades em empresas e órgãos públicos, em Santa Catarina e no Paraná.

Em Curitiba, foi gerente e diretor dos bancos Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) e Unibanco. Na esfera pública, foi inspetor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão ligado ao Ministério da Indústria e Comércio e trabalhou na Prefeitura de Curitiba e no Governo do Paraná, entre as décadas de 1980 e 2000. Na administração da capital, exerceu cargos como advogado da empresa pública Cidade Industrial de Curitiba S/A, diretor-geral do Departamento de Relações Públicas e Promoções (atual Secretaria de Comunicação Social) e assessor especial do então prefeito, Jaime Lerner.

Nas gestões de Lerner no Governo do Estado, entre 1995 e 2000, Caio Soares ocupou dois cargos de assessoramento direto do governador: chefe de Gabinete e secretário especial de Governo. Antes, entre 1993 e 1994, foi assessor do Instituto Jaime Lerner.

Nomeado auditor, Caio Soares tomou posse no TCE em 7 de dezembro de 2000. Na função de auditor, relatou 7.124 processos, em 280 sessões do Tribunal Pleno e do Conselho Superior (instância extinta pela atual Lei Orgânica do TCE-PR, a Lei Complementar Estadual 113-2005).

Em 27 de março de 2006, Caio Soares assumiu o cargo de conselheiro do Tribunal, na vaga constitucional reservada aos auditores da Casa, aberta com a aposentadoria de Rafael Iatauro. Desde então, relatou um total de 5.627 processos, em 703 sessões plenárias, de Câmaras e do Tribunal Pleno. Desse total, ele proferiu 125 votos em processos da Corregedoria-Geral, que comandou no biênio 2009-2010.