Um dado preocupante: apenas 10 % das crianças guarapuavanas entre 1 e 4 anos 11 meses e 29 dias já foram imunizadas contra o sarampo e a poliomielite, na campanha nacional de vacinação. Desde o dia 6 de agosto, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do terceiro planalto estão à espera das crianças, acompanhadas de seus pais, para receberem a dose da vacina. Neste ano, a meta municipal envolve 10.307 crianças. Por orientação do Ministério da Saúde, pelo menos 95% desse universo deve ser imunizado.
A oferta da dose, que é gratuita, segue nas UBS até dia 31. Durante os quase 10 dias de campanha em atividade, a baixa procura tem preocupado os profissionais da saúde. De acordo com Chayane Andrade, chefe da vigilância epidemiológica de Guarapuava, essa quadro deve servir de alerta aos pais que ainda não levaram seus filhos para realizarem a vacinação.
“Nosso recado é para os pais que não levam as crianças nas unidades. Esses pais, também foram vacinados, já foram imunizados quando crianças e não viram essas doenças acontecerem. Infelizmente, estamos voltando a ver casos por essa baixa procura. Há risco de óbito, de paralisia infantil, tudo isso porque não se realiza a vacina, que é uma forma segura, induzida pelo Ministério”, alerta a profissional.
Erradicada há mais de 20 anos no Brasil, a doença volta a ter registros no país e, em Guarapuava, já houve casos suspeitos, porém, não confirmados, segundo Chayane. O alerta e papel da campanha é evitar a reintrodução desse vírus. Ainda segundo a profissional, o agravante da baixa procura e adesão à esta campanha, é que o público-alvo é o mesmo da vacinação contra a gripe, que cobriu apenas 50% da meta prevista. E, embora todas as medidas legais estejam sendo tomadas pelo serviço de saúde municipal, a atitude mais eficiente e funcional para mudar esse cenário é que os pais estejam conscientes da importância da vacina para a saúde das crianças.
“Hoje temos muitas notícias falsas que prejudicam a compreensão sobre a vacinação. Há um movimento anti-vacina, que induz, alegando que doença será injetada nas crianças e que isso é um perigo. Eu digo que sim, nós vamos injetar o vírus. Mas esse é o procedimento. Não temos como criar anticorpos se não entrarmos em contato com isso. O que os pais precisam compreender e podem estar tranquilos quanto a isso, é que a quantidade inserida é segura. Não há crianças que desenvolveram a patologia por estarem vacinadas, e sim, o contrário”, informou Chayane.
DIA D
A fim de favorecer o comparecimento dos pais as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para realizarem a vacinação das crianças, em Guarapuava haverá neste sábado (18), o dia D da campanha. Neste dia, as UBS do terceiro planalto estarão abertas entre às 8h e às 17h, sem fechar para almoço.
Segundo Chayane, de todas as UBS municipais, estarão fechadas apenas as unidades do Rio das Pedras, Ferroz e as duas urgências UPA Batel e Trianon. A chefe da vigilância epidemiológica de Guarapuava informou, ainda, que neste sábado (18), haverá serviço apenas de vacinação, não sendo realizados outros tipos de atendimentos ao público.
Para realizar a vacinação é preciso estar munido da carteira de vacina e do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).
SARAMPO
Em entrevista ao Portal RSN, Chayane explicou, ainda, os principais sintomas e consequências do vírus do sarampo. Segundo ela, o perigo dessa doença está na identificação do vírus pelos sintomas comuns.
O sarampo é uma doença grave que pode ser confundida com várias outras, como a própria alergia, porque ela se manifesta com manchas. Por esse vírus temos febre alta e dor no corpo, por exemplo. O risco da letalidade afeta, principalmente, crianças, porque neste caso tratamos apenas os sintomas, não há cura para a doença. O risco se dá, ainda, porque se eu estou com o vírus, eu estou imunodeprimida, e não consigo combatê-lo.
Segundo Chayane, o indivíduo imunodeprimido é aquele que está com o sistema imunológico enfraquecido.
POLIOMIELITE
Quanto a pólio, Chayane destaca o duplo papel preventivo da vacinação como maneira de evitar a manifestação do vírus.
A poliomielite é a paralisia infantil. A vacina protege não só as crianças, mas também, o meio ambiente, já que o vírus se manifesta pelo saneamento. No Brasil, o vírus já foi identificado em esgotos, então, se ele está presente, nós precisamos nos imunizar. Os sintomas começam com a paralisia dos membros e desencadeiam o processo até a cadeira de rodas, quando não há mais retorno.