22/08/2023

Apenas um desabafo

Após um longo tempo de silêncio o publicitário Costa Kotzias resolveu escrever, ou melhor, segundo ele, não é crítica, mas um desabafo. Compartilho:

 

Sem dúvida, vivemos à margem de uma realidade que não nos atinge e não nos diz respeito. A vida que levamos, como moradores comuns e seres humanos falíveis, não é igual ao que se vê em jornais, Tvs e revistas do país.

Para os políticos, tudo em ordem. Campanhas nas ruas, candidatos apoiados, decisões tomadas, arranjos feitos, cabe agora dinamizar candidaturas e angariar apoios financeiros para tornar viável a cesta básica da véspera.

Ao mesmo tempo, quando achamos que algo pode mudar, o Senado da República quer conduzir Renan Calheiros à presidência novamente. Que dizer: sai Sarney e entra Renan Calheiros, com sua camarilha ao lado para mandar e desmandar, negociar e chantagear a presidência, tudo em nome do PMDB, que antes era sério e combativo e hoje se apresenta como um aliado na base de troca.

No Estado, nosso governador lança programas, compra equipamentos, tem licitações canceladas pelo TCE e continua sorrindo para as câmeras, enquanto o que se vê em cidades do interior é uma realidade que assusta, tanto na violência quanto na educação.

O tal do Cachoeira dá risada de tudo, dentro em breve estará solto e negociará seu silencia a peso de ouro, pois se ele abrir a boca, cai o mundo do PT e de outros partidos, sem se falar no governo de Dona Dilma, que acaba entrando na dança dos milhares de reais que andaram circulando em campanhas e mesmo depois delas.

Em Curitiba, Rafael Grega ressurge das cinzas e aponta na pesquisa do Datafolha, mesmo em quarto lugar, mas ciente de que terá muito trabalho pela frente, com ou sem o apoio de certos companheiros de partido. Isto, sem falar que Requião ainda não começou a campanha para Rafael. Está ele em peregrinação pelas ruas de Curitiba, somente com dois assessores e caminhando e ouvindo.

Aí em Guarapuava, por mais que se organizem na turma do Cesar Filho, sempre é bom ficar de antenas ligadas, pois Carli e sua turma não vão entregar o ouro de graça. Vai dar trabalho, mesmo com tudo de errado que o prefeito fez e que parte da população notou. O povo, aquele da cesta básica e da conta de luz, vai votar na turma do Carli de qualquer maneira.

Com isso, o que se observa, é pouca renovação na política. Mais uma vez os antigos comandam, mandam, desmandam e a coisa caminha para uma continuidade de sempre. Será?
Em São Paulo, Chalita seria uma solução interessante, enquanto em Porto Alegre, uma vereadora chama a atenção pela discrição e competência. Fiquemos ligados, pois agora em agosto começam as campanhas pra valer.

Pesquisas, análises e suposições são feitas diariamente, além dos boatos que uma vez lançados, exigem correria para desmentidos ou ações contrárias.
A não renovação é culpa somente do eleitor? Ou de quem mais?
Fábio Ribas pode ser jovem e com boas perspectivas, mas representa quem?
Silvestri Filho pode ser a solução, mas cuidado com apoios e negociações da campanha.
Luciano Ducci deve continuar, mas vem aí Ratinho Jr e Ratinho pai a toda a velocidade e com verbas suficientes para sustentar a campanha até o final do segundo turno. Já o tão querido de antigamente, Gustavo, pena por ter firmado aliança com o Pt, que em Curitiba não decola, apesar dos eleitores de Gleisi e Vanhoni.

A velha política continua atuando, timidamente ou não, mas continua orientando as coisas para terminarem do jeito que eles querem. E aprenderam a fazer com maestria, beneficiados por uma impunidade tremenda, que auxilia os abraços de polvo que são dados semanalmente.

Controle político hoje vale mais do que terras boas para o plantio, visto a facilidade em “administrar” cidades e municípios e receber, em troca, valores polpudos de ajuda e comissões.
Até concursos públicos são fraudados em troca de alguns milhares de reais.
Vende-se de tudo no poder e recebe-se antecipadamente em alguns casos, principalmente nos que grandes somas são envolvidas.

O poder político dos antigos coronéis deu lugar a uma ganância nunca vista em termos de dinheiro.
O controle sobre candidatos que se elegem é eterno e com isso, a conta bancária só cresce. Muito melhor que alguns alqueires aqui ou alí e muito melhor que cabeças de gado pastando em campos próprios.

Renovação seria de bom tom, mesmo pagando o erro para ver o que daria.
Mas o Brasil precisa sacudir o tapete, repentear o cabelo, rever a figura do político de hoje e auxiliar seu enterro, já a partir das eleições municipais.
Susto é bom e muitos poderiam ter os seus agora.
Dificilmente veremos políticos condenados ou julgados, amaldiçoados ou presos.
Podem esquecer……
No máximo, eles estão felizes por causa da Nina/Rita que dá audiência e gera assunto, quando não a secretária do congresso sai na internet em cenas sensuais.
De fato, a realidade do país não tem muito a ver com a nossa.
Infelizmente….

Cristina Esteche

Jornalista

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