Embora ações desenvolvidas nos últimos três anos pelo Núcleo Regional da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) tenham reduzidos o número de casos positivos de turberculose/brucelose em Guarapuava e região, o assunto continua “sério”. A observação é feita pelo secretário municipal de Agricultura e ex-chefe do Núcleo Regional, Itacir Vezzaro à Rede Sul de Notícias. “Tinhamos uma prevalência de 4% no Paraná e em 2010 conseguimos baixar para 2%, mesmo assim, a situação é grave”.
Com um rebanho de gado leiteiro estimado em 1,2 mil cabeças, em Guarapuava, apenas 26% desse total são vacinados. Na região atendida pela Seab esse número sobe para 32% num universo de 14 mil cabeças. Prudentópolis é o município que possui o maior número de gado leiteiro: 3,2 mil cabeças.
A maior problema enfrentado nesse setor é cultural. “Os agricultores, principalmente, familiares, acham que isso não vai acontecer na sua propriedade e acabam perdendo o rebanho, como aconteceu no distrito de Guairacá e no município de Turvo”.
De acordo com Vezzaro, em Guarapuava estão sendo desenvolvidas três ações que contribuem com a melhoria do controle para minimizar a situação atual. São oferecidos exames dos animais de leite por uma empresa licitada e com valor subsidiado pelo município. “O exame custava R$ 40, mas conseguimos por R$ 20, onde a Prefeitura paga R$ 5 e produtor R$ 15”. A vacina contra brucelose em bezerras custa em torno de R$ 15 por animal, mas uma parceria entre a Prefeitura e a Carmug (Central de Associações Rurais do Município de Guarapuava) reduziu esse valor por R$ 3. O programa de inseminação fornece sêmen e nitrogênio sem custos ao produtor. “A inseminação artificial elimina a presença do touro que facilita a transmissão da doença. Isso auxilia a eliminar boa parte da contaminação”.
Contágio
O contágio da doença acontece pelo convívio entre o homem e o animal, pela respiração, ambiente e, principalmente, pelo leite consumido. Porém, é mais comum o homem contaminar o animal. Em Guarapuava, segundo Itacir, existem famílias sendo tratadas por tuberculose. “Quando acontece de detectar uma pessoa contaminada, imediatamente é avisa a Vigilância Sanitária que vai até o local, conduz para exames e, se confirmado, o tratamento é iniciado e dura seis meses. O problema é que as pessoas abandonam o tratamento antes de acabar”.
No caso do animal contaminado, este tem que ser sacrificado. Guarapuava não possui abatedouro específico para esse tipo de abate, o que gera mais custos para o produtor, além do prejuízo pela perda do animal. “Por isso, é preciso prevenir. Vamos implantar o certificado de propriedade livre a tuberculose/brucelose em Guarapuava, o que vai garantir a qualidade do animal e dos produtos”.
De acordo com Itacir, a carcaça de uma animal sacrificado por tuberculose só serva para graxaria (fabricação de sabão, por exemplo). Enquanto a brucelose permite que tenha outra destinação.