22/08/2023


Geral

Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo nas redes sociais

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Da Redação com internet

Um aplicativo na internet vai monitorar postagens nas redes sociais que reproduzem mensagens de ódio, racismo, intolerância e que promovam a violência. Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o instrumento será lançado neste mês e permitirá que usuários sejam identificados e denunciados.

De acordo com o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa na internet e discursos de ódio tem ganhado fôlego. "É preciso desmantelar esse processo", defende. Por meio da disponibilização dos dados, ele acredita que é possível criar políticas públicas "que amparem e empoderem as vítimas."

Encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado o aplicativo, buscará palavras-chaves em  conversasque estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e discriminação contra negros, índios, imigrantes, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Os dados ficarão disponíveis online.

Quem não expõe ideias na rede, não está livre de violência. Para a jovem Maria das Dores Martins dos Reis bastou ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, para ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la.

TAÍS ARAÚJO

A atriz Taís Araújo foi alvo de mansagens racistas nas redes sociais, há alguns dias. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, divulgou no último dia 2, que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime de racismo. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e pagamento de multa.

SAIBA ONDE DENUNCIAR CRIMES CIBERNÉTICOS

Safernet: o site recolhe denúncias anônimas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.

Canal do Cidadão do MPF: o Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade.

Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes. 

O QUE FAZER AO SE DEPARAR COM UM CRIME CIBERNÉTICO

1) Guarde todas as provas e indícios possíveis;

2) Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material;

3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes;

4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime;

5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que elas fiquem expostas aos comentários ofensivos nas redes sociais.

Cristina Esteche

Jornalista

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