O aleitamento materno ganha um novo incremento em Guarapuava a partir desta quinta-feira (06). Após 12 anos de projeto trabalhado e proposto pelo Clube Soroptimista Internacional, o municipio, embora tardiamente, ganha o Banco de Leite Humano, implantado no Hospital São Vicente de Paulo. A inauguração aconteceu nesta quinta-feira (06), com a presença do secretário de Saúde do Paraná, em exercício, Renê dos Santos; prefeito Cesar Filho; Ruy Primak (provedor), Viviane Siqueira Ribas (vice provedora), deputado estadual Bernardo Ribas Carli, vereadores, entre outras autoridades.
Para a enfermeira mestre e docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Márcia Benevenuto de Oliveira, que é coordenadora do Banco de Leite da UEL, o leite materno que sobra no seio de algumas mães pode salvar a vida de muitos bebês prematuros. “Quando a mãe produz leite acima do que o filho dela consome, a gente pede pra doar. Os prematuros precisam muito desse leite e, muitas vezes, a mãe do prematuro não tem produção suficiente para atender a alimentação do bebê”, afirmou. De acordo com o secretário municipal de Saúde, de Guarapuava, Stefan Wolanski Negrão, o leite materno é o principal alimento para que a criança prematura ganhe peso e estabilize a saúde. “É mais uma ferramenta que será destinada não apenas para as crianças internadas, mas para aquela que precisar”, diz o secretário. Ele observa que a amamentação adequada também reduz custos para o Estado e município, uma vez que previne doenças e, consequentemente, reduz internamentos.
De acordo com dados estatísticos revelados por Marcia, Guarapuava é o 213º município brasileiro e o 10.o. do Paraná a implantar o Banco de Leite Humano, fator que vai contribuir para reduzir a mortalidade infantil em Guarapuava e na região.
Para abastecer o Banco de Leite é preciso que as mães sejam solidárias. Quem tiver excesso de leite, mesmo amamentando o seu filho, deve contatar o Banco de Leite, que será administrado pela enfermeira Erisy Mendes Lustoza Wolbert, do Clube Soroptimista. A mãe interessada será procurada em sua residência, preenche uma ficha e tem o leite coletado. Tudo sob a orientação de profissionais capacitados. O leite é pasteurizado, passa por um controle de qualidade e depois é distribuído. “Inicialmente, quem vai receber esse leite são as crianças internadas nas UTIs neonatais, para bebês prematuros e outros que estejam em fator de risco por falta de amamentação”, disse Marcia.
As mães aptas a doar leite materno são aquelas que são sadias, ou seja, que não tomem medicamentos controlados que podem comprometer a qualidade desse alimento. “Uma criança que é amamentada pela mãe até os seis primeiros meses de vida tem 17 vezes menos a chance de morrer por diarreia no primeiro ano de vida e quatro vezes menos a chance de contrair pneumonia também nos primeiros 12 meses de vida”, assegura Marcia.
De acordo com o provedor do São Vicente, Ruy Primak, a implantação do Banco de Leite foi uma das prioridades da sua gestão. O projeto é uma parceria entre o Governo do Paraná, por intermédio da 5ª Regional de Saúde, da Prefeitura (com profissionais capacitados), com o Hospital (espaço físico) e com o Clube Soroptimista.