22/08/2023


Guarapuava Segurança

Após 23 dias, presos da Cadeia de Guarapuava encerram ‘greve’

A manifestação pacífica reivindicava o retorno das visitas e de entregas de sacolas na cadeia. Eles se negavam a sair para o banho de sol

cadeia de guarapuava ala nova

Ala nova da cadeia em Guarapuava (Foto: Portal RSN/Larissa Ortiz)

Os 496 detentos recolhidos na Cadeia Pública de Guarapuava encerraram após 23 dias, a greve iniciada no dia 18 de fevereiro. Eles se negavam a sair para o banho de sol sob o pedido de retorno das visitas e a entrega de sacolas na cadeia. A manifestação, que ocorreu em todo o Estado, não teve adesão das outras unidades prisionais em Guarapuava.

De acordo com a chefia da cadeia, na manhã de hoje (11) os detentos informaram o fim da paralisação. Além disso, a greve foi pacífica, não houve intercorrências, nem registro de feridos. Durante o período de greve, o cadeião registrou o recorde de ocupação dos últimos dois anos. Isso porque, em 23 de fevereiro, 501 presos ocupavam as celas da unidade. A projeção inicial era de que o local abrigasse 166 detentos temporários.

Além disso, somente neste ano, três presos da unidade morreram. No dia 8 de fevereiro, os agentes penitenciários encontraram um detento enforcado. Cinco dias depois, outro preso apareceu morto. Já no dia 15 de fevereiro, um preso da unidade morreu, desta vez, na Upa do Batel. Em 2020, sete presos morreram no cadeião.

ENTENDA O CASO

No dia 18 de fevereiro, os detentos enviaram uma carta escrita à mão para os chefes de segurança das unidades e órgãos competentes. O texto dizia “nós [queria] deixar vocês todos cientes que o sistema prisional está falido, está um caos, a ponto de explodir a qualquer momento”.

Na carta, os presos alegaram ainda precariedade no atendimento médico. Também afirmam que os agentes penitenciários praticam abuso de autoridade e que as marmitas estão chegando com larvas. Além disso, diz que “os agentes disparam tiros de balas de borracha desnecessários e deixam vários feridos dentro das unidades prisionais”.

Estamos vindo através desta manifestar nosso descontentamento e indignação em cima de tudo que estamos sofrendo dentro das unidades prisionais do Estado do Paraná. Vamos apresentar aqui nesta carta nossa situação dentro das unidades e esperamos de uma forma pacífica recuperar tudo que é nosso por direito.

Por fim, na ocasião o Departamento Penitenciário negou as acusações e informou que “segue os protocolos de segurança estabelecidos de forma transparente e efetiva”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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