Após 33 recursos e cerca de nove anos após o acidente que vitimou dois jovens em Curitiba, o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho enfrenta o júri popular hoje (27) e amanhã (28). Porém, pode haver um terceiro dia. A sessão começou com cerca de 20 minutos de atraso, às 13h19, quando estava agendada para iniciar às 13 horas.
Carli é acusado de duplo homicídio com dolo eventual pela morte, em 2009, de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida O julgamento começas às 13 horas desta terça e será realizado pelo Tribunal do Júri, instância em que a decisão se ele é culpado ou inocente cabe a um conselho de jurados formado por cidadãos de Curitiba, cidade onde ocorreu o crime.
O ex-deputado foi denunciado pelo MPPR ainda em 2009 e, após 33 recursos apresentados pela defesa no Tribunal de Justiça do Paraná, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, o julgamento foi marcado. Pelo Ministério Público do Paraná, atuam na acusação os promotores de Justiça Marcelo Balzer Correia (autor da ação contra o ex-deputado em 2009) e Paulo Markowicz de Lima.
O MPPR sustenta a ocorrência de duplo homicídio com dolo eventual, ou seja, que o ex-deputado assumiu o risco de matar, ao dirigir em alta velocidade e após ingerir bebida alcoólica. Além disso, o MPPR acusa Carli Filho de violar a proibição de dirigir, já que ele estava com a carteira de habilitação suspensa no momento do acidente por excesso de multas e pontos.
Os advogados de defesa e de acusação mantém silêncio e não se pronunciam sobre as linhas que seguirão.
A previsão é de que os trabalhos se estendam até por volta das 23h30 desta terça, sendo retomados novamente às 13 horas de amanhã. Carli Filho deve ser interrogado somente nesta quarta, numa das últimas partes do julgamento.
Apenas 200 pessoas poderão acompanhar o júri. Um grande aparato de segurança foi montado nas proximidades do Tribunal do Júri, para garantir o bom andamento dos trabalhos.
O JULGAMENTO
O julgamento terá início após a definição dos jurados. Entre um grupo de 25 pessoas previamente convocadas pela Justiça, serão definidos, por sorteio, os sete que irão compor o Conselho de Sentença. Em seguida, serão ouvidas as testemunhas: são 12 no total, de acusação e de defesa. Na sequência, é realizado interrogatório com o réu, e depois ocorre o debate entre acusação e defesa – momento em que as partes sustentam suas teses sobre o ocorrido para os jurados, os quais se reúnem após as falas para proferir a decisão do Conselho de Sentença. Por fim, o juiz proclama a sentença, que é lida em plenário diante do réu e de todos os presentes.
A expectativa é de que a sentença seja proferida no final da noite dessa quarta feira (28).